Mesmo sob ataque e silêncio dos bancos, greve volta a crescer no RS, com 1.007 agências fechadas em todo o Estado

Os bancos resolveram que a greve deveria ser atacada com truculência, pressão sobre funcionários para irem trabalhar e até com a Brigada Militar. A via da falta de diálogo por parte dos representantes dos banqueiros na Fenaban tem caracterizado a greve. Mesmo assim, em seu 17º dia, a greve nacional voltou a crescer. Na área de abrangência do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, nesta quinta-feira, 22/9, 297 agências ficaram fechadas, totalizando, 1.007 no Rio Grande do Sul. Em todo o Brasil, 13.159 agências foram fechadas.

Diante do crescimento da greve, o Comando Nacional dos Bancários decidiu se reunir na próxima segunda-feira, 26/9, em São Paulo, na sede da Contraf-CUT, a partir das 14h. Os dirigentes sindicais vão avaliar as paralisações e mobilizações da maior greve da história da categoria e definir os próximos passos a serem seguidos.

A pauta de reivindicações foi entregue aos bancos no dia 9 de agosto, mas a Fenaban não apresentou proposta decente, que contemple as reivindicações dos trabalhadores. Já foram oito rodadas de negociação sem sucesso. Mesmo após recordes diários de agências e locais de trabalho paralisados, os bancos insistem em se manter em silêncio, diante das demandas dos bancários, preferindo o uso de práticas antissindicais para tentar desestruturar o movimento grevista.

Na área de abrangência do SindBancários, o dia foi de se integrar à agenda do Dia Nacional de Lutas e Paralisações, chamado pelas Centrais Sindicais. Além do Dia Nacional de Lutas, que teve caminhadas pela cidade, e manifestação em frente ao Palácio Piratini, os bancários  atuaram no sentido de resistir aos ataques dos bancos à greve e ampliando a mobilização, com conversas de convencimento de colegas que ainda não participaram do movimento.

O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, exaltou a participação dos bancários, o crescimento da greve e a falta de diálogo dos bancos. “Se a problemas nas agências, com filas excessivas e com as pessoas enfrentando dificuldades para realizar operações bancárias, a culpa é dos bancos. Estamos dispostos a dialogar, conversar na mesa de negociação. Mas não podemos aceitar uma proposta que não corrija nem a inflação do período”, explicou Gimenis.

A última proposta da Fenaban foi de reajuste de 7% no piso e verbas salariais (vales e auxílios) e abono de R$ 3.300,00. Os bancários rejeitaram esta proposta na mesa de 12/9. Depois disso, não houve mais nenhuma sinalização de disposição para negociar por parte da Fenbaban. “A tática dos bancos este ano é acabar com a cultura de aumentos reais que conquistamos com 13 greves consecutivas desde 2003. Por isso eles estão apostando no enfraquecimento da greve. A aposta deles está dando errado, porque a greve cresce todos os dias”, acrescentou Gimenis.

Agenda de mobilização da greve

Sexta-feira, 23/9

8h30: Panfleteação de carta aberta à população com a participação dos Bankemon e piquetes móveis.

Meio-dia: Almoço Coletivo dos Bancários na Casa dos Bancários (General Câmara, 424, Centro Histórico de Porto Alegre).

Segunda-feira, 26/9

8h30: Saída dos Piquetes Móveis de fortalecimento da greve  da Casa dos Bancários (General Câmara, 424, Centro Histórico de Porto Alegre).

11h: Ato de Repúdio à OAB-RS.

14h: Assembleia de Organização da greve na Casa dos Bancários (General Câmara, 424, Centro Histórico de Porto Alegre).

 

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