Mercantil reage com truculência às manifestações dos bancários em BH

Bancários denunciam condições precárias de trabalho e truque no PPR

Violência, desrespeito e autoritarismo. Essas foram as reações do Mercantil do Brasil durante as manifestações democráticas dos funcionários na quarta-feira (21), Dia Nacional de Luta com mobilizações em todo o país. Durante a manhã, houve paralisação das atividades da agência matriz no centro de Belo Horizonte, mas os funcionários foram obrigados pelo banco a entrarem na unidade de trabalho.

As manifestações foram um ato de protesto contra as condições precárias de trabalho e para reivindicar o pagamento integral do Programa Próprio de Remuneração (PPR) de 2013, reduzido pelo banco após a divulgação do balanço do primeiro semestre.

Para chamar a atenção de toda a população para os problemas enfrentados pelos bancários e a vida infernal a que são submetidos, o Sindicato instalou a “Porta do Inferno” na entrada da agência Matriz. Durante o ato, os dirigentes sindicais debateram com as bancárias e os bancários que aderiram à paralisação as atitudes covardes do banco de total desrespeito aos trabalhadores.

Apesar da adesão da maioria dos bancários, os trabalhadores foram intimidados pelos gestores, que chamaram a Polícia Militar e forçaram a entrada dos funcionários na agência.

Para o presidente do Sindicato, Cardoso, a atitude desrespeitosa do banco para com os trabalhadores mostra o despreparo do setor de Recursos Humanos. “O gerente de RH do Mercantil, Márcio Ferreira, mostrou total descontrole e despreparo durante as manifestações, ofendendo os representantes dos funcionários e nos chamando de covardes. Covarde é a postura do banco, que tenta cercear o direito de manifestação pacífica dos trabalhadores e trata os bancários com total descaso”, denunciou.

De acordo com o funcionário do Mercantil e diretor do Sindicato, Marco Aurélio Alves, o PPR do Mercantil é injusto porque os funcionários são submetidos a metas de despesas operacionais e lucro líquido.

“É preciso deixar claro, mais uma vez, que as metas das despesas foram alcançadas em 120%. Já as metas do lucro só não foram atingidas devido ao provisionamento para devedores duvidosos (PDD) efetuado pelo Mercantil, que foi cerca de 50% maior que em 2012, o que fez diminuir o valor recebido pelos funcionários”, denunciou.

Segundo Marco Aurélio, o Sindicato já protocolou ofício junto ao banco requerendo o pagamento integral do PPR. “Os trabalhadores deram seu sangue e alcançaram as metas. Não adianta o vice-presidente do Mercantil, André Brasil, tentar justificar o lucro ‘maquiado’ do banco, alegando que acionistas e diretores também foram prejudicados. Sabemos que isso é só lorota, pois o lucro líquido é muito maior que o divulgado e está escondido no provisionamento. Chega de falácias, André”, desabafou.

Já o funcionário do banco e diretor do Sindicato, Vanderci Antônio, afirmou que depois que André Brasil enviou comunicado aos funcionários, tentando explicar o vergonhoso lucro, imediatamente ocorreu uma “avalanche” de e-mails de funcionários de todo o país criticando a forma desleal e injusta do pagamento do PPR. “O tiro saiu pela culatra. Ao invés de consolar, esse comunicado revoltou ainda mais os bancários”, afirmou.

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