Os funcionários e clientes do Mercantil do Brasil foram surpreendidos no dia 14 de setembro, com o anúncio sobre o início de processo de encerramento das três plataformas de serviços localizadas nas cidades de Salvador, Brasília e Recife.
Para realização desse processo, o banco deslocou uma equipe de técnicos de Belo Horizonte para essas praças, que serão encerradas no dia 26 de outubro. Esta equipe será a responsável pela realização dos trâmites legais, como informações aos clientes, desligamentos de trabalhadores e demais processos administrativos.
“Infelizmente, mais sete bancários, pais e mães de família do Mercantil do Brasil, foram sumariamente demitidos por conta dessa obsessão da empresa por lucros cada vez mais estratosféricos”, disse o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Mercantil do Brasil, Marco Aurélio.
Diante do grave problema, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a COE do Mercantil do Brasil, a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi-CUT/MG), o Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região e demais sindicatos de todo o país, se reuniram remotamente com o banco, na sexta-feira (18) e cobraram explicações sobre o encerramento das unidades, exigindo a revogação imediata de todas as demissões de funcionários ocorridas. O Banco demitiu os trabalhadores sem ao menos tentar uma transferência ou eventual reaproveitamento em outras unidades. Em algumas demissões, os funcionários desligados alegaram problemas de saúde e estabilidade provisória de emprego, que não foram levadas em consideração pelo banco.
O Mercantil se defendeu, mais uma vez, alegando que o fechamento das plataformas ocorreu pelo reposicionamento estratégico, focado na atuação exclusiva ao pagamento de pensionistas e beneficiários do INSS, o que vem garantindo sua sobrevivência. Segundo o representante da instituição financeira, foi tentado o reaproveitamento do maior número de funcionários, mas em muitos casos, a distância de uma unidade a outra do banco impossibilitou essa mudança e que as estabilidades serão garantidas de acordo com a lei específica nesses casos.
O banco anunciou em mesa que a decisão em relação às demissões já foi tomada e que não irá reverter os desligamentos.
Diante do impasse, foi acertada nova reunião, para o dia 22 de setembro.
Para Marco Aurélio, que é funcionário do Mercantil, trata-se de mais uma insensibilidade e truculência do Banco Mercantil do Brasil em plena pandemia. “Um processo duro de fechamento de plataformas de serviços aos clientes e demissões de funcionários não deveria ocorrer em hipótese alguma, principalmente nesse período de incertezas e insegurança de pandemia de Covid-19. Para a direção do Mercantil do Brasil, o lucro é mais importante do que o bem estar e a vida das pessoas”, disse.
“É primordial que o Mercantil do Brasil tenha humanidade nesse momento tão delicado que estamos passando e assuma o compromisso de preservar os empregos, dando oportunidade a todos os trabalhadores lotados nas plataformas que serão encerradas”, defendeu a presidenta da Fetrafi-CUT/MG, Magaly Fagundes.
O presidente do Seeb/BH, Ramon Peres, orientou que estes trabalhadores demitidos procurem seus direitos junto aos sindicatos locais. “O banco tem a obrigação de manter o emprego daqueles funcionários que, por ventura, estão com problemas de saúde ou com algum tipo de estabilidade provisória de emprego, mas se os bancários se calarem e não buscarem seus direitos legais, a empresa também se fará de desentendida, e quem poderá perder é o trabalhador” concluiu.
Sindicatos de todas as bases onde existem unidades no Mercantil do Brasil estão mobilizados para lutar contra a ganância e prepotência do banco e pela manutenção dos empregos e da dignidade dos funcionários do banco.