Em plena pandemia, bancárias e bancários do Mercantil de diferentes agências de todo o país estão procurando os sindicatos para denunciar as cobranças abusivas e a pressão por parte da área comercial do banco para cobrar um seguro de vida chamado “Seguro Mais Proteção”.
De acordo com as denúncias, isso vem acontecendo sem o conhecimento e o consentimento dos clientes, na maioria das vezes aposentados e pensionistas do INSS, com pouca ou nenhuma instrução, o que é uma prática considerada abusiva e ilegal pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Segundo as denúncias, a exigência do Mercantil é que cada funcionário digite sua matrícula e senha antes do atendimento aos clientes. Caso haja reclamações por parte dos clientes por causa do seguro não solicitado, o Mercantil se isenta e passa toda a responsabilidade para o bancário que foi obrigado a repassar o produto sob ameaça de demissões.
De acordo com as denúncias, os funcionários do Mercantil do Brasil estão sendo cobrados praticamente de hora em hora através de vídeos, áudios e ligações para número privado. Segundo os bancários, as cobranças são feitas de forma agressiva e constante, o que eleva o estresse e o adoecimento. Segundo relatos, funcionários estão tendo pesadelos por causa da grande pressão para a venda de seguros.
Além disto, o Mercantil do Brasil foi um dos primeiros bancos a iniciar as demissões de trabalhadores, no dia 6 de junho, processo que só foi estancado após intervenção do movimento sindical junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) de Minas Gerais, que resultou em um acordo nacional de não demissão até 31 de agosto próximo.
Os sindicatos e trabalhadores do Mercantil reivindicam que não haja cobrança de metas durante a pandemia de Covid-19. “O compromisso de não demissão, até 31 de agosto, era para trazer mais segurança e tranquilidade para os funcionários, mas o assédio moral e a pressão absurda da área comercial do banco estão tirando o sono dos trabalhadores. Razoabilidade, bom senso e respeito estão bem longe das práticas de gestão adotadas pelo Mercantil do Brasil”, disse o coordenador nacional da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Mercantil do Brasil, Marco Aurélio Alves.
Segundo Vanderci Antônio da Silva, funcionário do Mercantil e diretor do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, funcionários denunciam que estão sendo cobrados inconsequentemente para a venda do seguro, sem o consentimento dos clientes, e sofrendo várias formas de coações e ameaças como, por exemplo, que após o dia 31 de agosto, quem não atingir as metas estará entre os primeiros a serem demitidos. “A pressão psicológica é enorme e vários funcionários já nos relataram que não estão conseguindo aguentar mais. Com essas metas absurdas, o Mercantil do Brasil está ferindo os preceitos constitucionais que asseguram o trabalho decente, a saúde, a vida digna e a redução dos riscos inerentes aos trabalhadores”, ressaltou.
Fonte: Seeb/BH, com edições da Contraf-CUT