A XIII Marcha Noturna pela Democracia Racial – Por uma segurança pública sem racismo será realizada nesta terça, em São Paulo, a partir das 18h. O ato é organizado pelo Instituto do Negro Padre Batista e tem a CUT e o Sindicato dos Bancários de São Paulo como entidades parceiras. A Contraf-CUT também estará presente, representada pela secretária de políticas sociais, Deise Recoaro.
“Já são treze anos de Marcha Noturna, feita sempre no dia 12 de maio, e que antecede o dia da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, 13 de Maio de 1888, extinguindo a escravidão no Brasil”, lembra Deise. “O tema deste ano trata da segurança pública, e sabemos que este setor é a expressão máxima da triste realidade discriminatória, não só em São Paulo, como em todo Brasil. Pois para a polícia basta ser ‘preto’ e probre para ser suspeito.” recorda.
A Marcha Noturna
Nesta data a comunidade negra se reúne para celebrar seu histórico de resistência, percorrendo ruas do centro da cidade de São Paulo que marcaram a trajetória da população negra na luta pela conquista do direito à liberdade. Segundo Deise, ela ocorre através da memória de importantes personalidades negras, como a do Padre Batista. “Ele é um dos expoentes deste movimento, além dos espaços que se confundem com a história dos negros na capital paulista, diz Deise, que complementa: “a Marcha pretende consagrar a resistência histórica da comunidade negra e erguer as bandeiras da luta negra contemporânea”.
A Marcha Noturna é uma celebração que acontece em São Paulo e que se insere no conjunto de datas importantes para a comunidade negra do Brasil, que são o 21 de março – Dia Internacional da Eliminação do Racismo, instituído pela ONU, Organização das Nações Unidas, o 13 de maio, assinatura da Lei Áurea e o 20 de novembro, celebrado como o Dia da Consciência Negra em mais de 200 cidades no País, em que Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, é reverenciado como herói que lutou pela liberdade dos escravos negros. “Não temos conhecimento de experiências assim fora da capital de São Paulo, mas acredito ser uma iniciativa interessante para implementar país afora em pareceria com movimentos sociais e sindicatos.”
A Lei
A Lei nº 12782/2007, de autoria do Deputado do PT Simão Pedro, institui no Estado de São Paulo o “Prêmio Padre Batista de combate à discriminação racial” a ser concedido com a finalidade de premiar iniciativas voltadas à formulação de soluções concretas para o combate à discriminação racial.
Padre Batista
Padre Batista, combatente do racismo no Estado de São Paulo, foi Pároco na Paróquia São José Operário, na cidade Líder; depois trabalhou na Mooca. Em seguida foi nomeado pároco da Catedral da Sé pelo Cardeal Arcebispo Dom Paulo Evaristo Arns.
Falecido em 1991, presidiu o Instituto do Negro. Atualmente é presidido pelo Padre Enis, e que carrega o nome do Padre Batista. Segundo Simão Pedro, autor do PL, se trata de um projeto singelo, mas de profundidade, de reflexão para todos nós militantes e para toda a sociedade de São Paulo que apóia as reivindicações do povo negro de São Paulo e do Brasil.
A concentração da Marcha será na Rua do Carmo s/n, Sé, Centro de São Paulo, às 18h. Contatos podem ser feitos pelo e-mail: [email protected], ou pelo tel: (11) 3106-7051.