Marcha abre Fórum Social Mundial Palestina Livre nas ruas de Porto Alegre

Milhares de pessoas fizeram ecoar a solidariedade à luta por justiça

No dia que a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aceitou a entrada da Palestina como Estado Observador, com 138 votos a favor, Porto Alegre presenciou um grande ato de solidariedade ao Povo Palestino, no final da tarde desta quinta-feira, 29.

A Marcha dos Sem partiu da praça Otávio Rocha, onde os trabalhadores estavam concentrados, se somaram à Marcha de abertura do Fórum Social Mundial Palestina Livre no Largo Glênio Peres e juntos seguiram até a Usina do Gasômetro onde aconteceu o ato público. Também se agregaram à caminhada, professores do CPERS/Sindicato que realizaram, no início da tarde, uma assembleia em frente ao Palácio Piratini.

Durante o trajeto, o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, falava sobre o tema central da Marcha do Sem. “Estamos tomando as ruas para lutar pelo fim de todos os muros que gerem desigualdade, injustiça, racismo, machismo e destruição ao meio ambiente”, afirmou.

O dirigente também explicou para os porto-alegrenses que acompanhavam a caminhada que a cidade sedia o FSM Palestina Livre. “Há pessoas de 36 países debatendo a situação da Palestina, lutando para garantir direitos básicos, para acabar com o muro que exclui os palestinos”, disse.

Para ele, a verdadeira paz se faz baseada na justiça: “ainda temos um longo caminha para a liberdade, porém é necessário que se faça justiça para garantir dignidade ao povo palestino. E o que vemos nesta caminhada, mais do que solidariedade, é um pedido de justiça.”

Com bandeiras e lenços do estado palestino, os participantes ouviram dirigentes sindicais, de movimentos sociais e representantes do povo palestino, intercalando com músicas que remetiam ao conceito de liberdade.

O palestino Taraf disse que sua participação no FSM Palestina Livre é fruto de um grande esforço. “E há alguns anos atrás, era impossível imaginar um evento como este.” Ele contou que fez parte da primeira geração de oprimidos, atualmente já estão na terceira. “Precisamos acabar com isso, queremos Israel fora de nossas terras, queremos ser livres”, afirmou o palestino.

Por volta das 18h30, a caminhada chegou no Gasômetro. Lá, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, afirmou que a ONU tem uma dívida histórica com o mundo e não apenas com a Palestina. “Defendemos um mundo em harmonia, as guerras não interessam as pessoas, as guerras só interessam as indústrias”, declarou.

Sobre o FSM Palestina Livre, Vagmer acredita que é o momento de lutar contra a opressão e as agressões que vêm sendo cometidas contra os palestinos e exigir o imediato reconhecimento dos seus direitos fundamentais. “Temos aqui, neste ato, lutadores de todo o mundo, lutando pela liberdade de um povo, do mundo”, finalizou o presidente cutista.

Após, diversas lideranças representantes das cerca de 200 organizações de 36 países presentes à capital gaúcha se manifestaram prestando apoio à causa. O FSM Palestina Livre acontece até sábado, em Porto Alegre.

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