(São Paulo) O ministro da Fazenda Guido Mantega declarou que o governo só promoverá mudanças nos compulsórios “depois que os bancos reduzirem os spreads”. Os depósitos compulsórios são recursos recolhidos pelos bancos ao Banco Central proporcionais ao volume de depósitos, recurso necessário para garantir a liquidez do mercado financeiro.
A cobrança de spreads menores – a diferença entre o custo de captação e as taxas cobradas nos empréstimos – vem desde 2006, quando foram tomadas medidas para sua redução. Sobretaxas menores representam juros mais baixos para o consumidor.
Na quinta-feira, 10, Mantega esteve reunido com os presidentes da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho, e do Banco do Brasil, Antonio Francisco Lima Neto. Segundo o ministro, em fala publicada por O Estado de S.Paulo, os bancos públicos têm cumprido a orientação de elevar o crédito e baixar juros.
O ministro deve se reunir com dirigentes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e outras medidas estariam em estudo para baixar o spread.
Para Vagner Freitas, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o governo aponta na direção certa, mas os bancos públicos precisam fazer mais para o desenvolvimento do país e a diminuição dos juros, forçando a concorrência, não podem cair na mesma lógica dos bancos privados de lucro a qualquer custo. “Essas instituições têm um papel importante a cumprir para o desenvolvimento do país e da sociedade. Mas o que vemos, principalmente no Banco do Brasil, é uma direção que parece não seguir as diretrizes do governo”, avalia.
BC na contramão
Na mesma reportagem do Estado, consta que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, teria ficado insatisfeito com as sugestões de Mantega para reduzir o compulsório como forma de baixar juros. “Mais uma vez, Meirelles parece ficar em dúvida sobre servir ao país, para que cresça mais ou ajudar os banqueiros a ter lucros ainda maiores”, conclui Vagner.
Fonte: Contraf-CUT, com informações de O Estado de S.Paulo