Manifesto: O BRB que queremos

Várias especulações sobre nomes para ocupar a presidência e compor a diretoria vêm sendo veiculadas, na imprensa e no dia a dia.

O Sindicato entende que o critério básico a pautar a nova direção superior deve ser, irrenunciavelmente, o da competência profissional comprovada na área bancária e de finanças, aliado a um histórico de respeito à coisa pública.

Outros requisitos são desejáveis, entre os quais certamente reside o da capacidade e sensibilidade administrativa para estabelecer um relacionamento que prime pela civilidade, pela abertura ao diálogo e pela compreensão do papel fundamental do corpo funcional na necessária dinâmica de fortalecimento do BRB.

E não nos referimos apenas às questões estritamente sindicais, mas também a uma efetiva postura de valorização e motivação de nossa qualificada força de trabalho como elemento estratégico para recuperar o tempo perdido.

Sim, apesar do diferencial positivo dos trabalhadores do Banco de Brasília ter sido elemento central para a manutenção do banco, sabemos que a diretoria instalada desde 1999 falhou, em seu conjunto, na dimensão estratégica de fortalecer a empresa.

Não é preciso relembrar os insuficientes resultados diante da comparação, em todos os níveis, com a rentabilidade média do setor. Nem o inchaço das outras despesas administrativas (com destaque para contratos de informática e publicidade), tão discrepante em relação à mesma rubrica de outros bancos, além de ineficaz como ferramentas de concorrência.

Basta uma rápida olhada na tabela ao lado, produzido pela subseção do Dieese do Sindicato, referente à evolução do patrimônio líquido, para se ter a drástica noção do quanto a instituição deixou de avançar.

Faltaram diretrizes superiores acertadas, sobraram ralos de despesas e grandes “aplicações” que muitas vezes foram questionadas e mesmo condenadas, no Ministério Público e no TCDF, e no âmbito da Câmara Legislativa.

Da relação e da compreensão preconceituosa e autoritária acerca do tratamento relativo aos funcionários e funcionárias, nem se fale mais.

Todos sabemos que a diretoria que sai não deixa saudades. Pelo contrário, deixa uma herança de fadiga e uma gestão que deveria, e poderia, estar muito mais avançada para encarar novos desafios.

O fato é que o desejo geral é a renovação total da diretoria do banco, bem como dos cargos superiores das coligadas e demais empresas do conglomerado. A preferência, anunciada quando da candidatura, deve ser a procura de executivos dentro dos quadros do próprio BRB. A democratização da Regius é outro ponto a ser cobrado.

Neste sentido, o Sindicato enviou ofício ao gabinete de transição visando externar aos novos governantes a expectativa dos funcionários quanto a uma diretoria que, além de totalmente renovada, seja comprovadamente profissional.

Seja na intermediação financeira, na prestação de serviços, no atendimento, seja na função do banco público como agente de desenvolvimento do DF e entorno, o corpo funcional do BRB saberá, como sempre soube em sua enorme maioria, se conduzir no rumo de uma instituição fortalecida. Uma instituição capaz de encarar sua missão e ocupar cada vez mais seu lugar de destaque na história de Brasília, de sua população e agentes econômicos.

O papel da nova diretoria é, assim, além de não atrapalhar, promover diretrizes estratégicas calcadas na boa técnica bancária, no diagnóstico e nas proposições, bem como apta a entender que os trabalhadores do banco são seu elemento vital. Basta respeitá-los como cidadãos e como profissionais, prover competentemente os meios e mecanismos suficientes para melhorar ainda mais, e criar condições para um clima organizacional positivo e transparente.

Se assim for, estarão dadas as bases para um BRB reenergizado.

O Sindicato dos Bancários, juntamente com o conjunto dos funcionários do BRB, estará vigilante para que sejam cumpridos os compromissos de campanha relativos a uma empresa pública forte, redirecionada para expandir as múltiplas dimensões de sua importância para o povo e a sociedade do DF.