Bancários participaram da atividade realizada no centro de Diadema
O Sindicato dos Bancários do ABC, em conjunto com sindicatos de outras categorias da região, participou em Diadema nesta segunda-feira, 28 de abril, de atividade do Dia Mundial em Memória de Trabalhadores Vítimas de Acidentes do Trabalho.
A manifestação, organizada pela CUT-ABC, teve como objetivo denunciar o alto índice de acidentes e mortes relacionados ao trabalho no Brasil, além de exigir medidas que garantam proteção e segurança dentro das empresas. O slogan adotado neste ano mostra a gravidade da situação: “O Brasil está ganhando de goleada em acidentes e doenças no trabalho. Até quando?”
A atividade teve início na praça Lauro Michels onde, além da fala de vários sindicalistas, foram distribuídos também material para a população alertando sobre os riscos e acidentes de trabalho que envolvem todos os trabalhadores. Logo após, todos os presentes fizeram uma caminhada até a praça Castelo Branco.
Entre 2010 e 2011 houve um aumento de 4,7% no número de registros de acidentes fatais relacionados ao ambiente de trabalho. O Sudeste ocupou o posto de região com a segunda maior elevação de acidentes laborais em 2011, passando de 382.216 (em 2010) para 387.142. No entanto, houve redução de 3,9% no percentual de registros sem CAT.
Já em 2012 o Brasil ocupava o quarto lugar em número de acidentes fatais do trabalho no mundo, com uma morte a cada 3,5 horas de jornada diária. De acordo com a OIT, anualmente cerca de 270 milhões de trabalhadores são vítimas de acidentes de trabalho em todo o mundo.
Os últimos dados da Previdência Social dão conta de que os acidentes de trabalho no Brasil mataram 2.717 trabalhadores em 2012 – e isso apenas pelos dados de registros da CAT. No ano anterior foram registrados 711.164 acidentes de trabalho, sendo que 2.884 resultaram em morte.
A péssima situação se soma ainda às doenças ocupacionais, que atingem milhões de profissionais. Entre elas estão as de fundo emocional, ocasionadas pelo estresse e por uma cultura organizacional equivocada, que prestigia a pressão e a competividade, e que podem resultar em casos de depressão e até mesmo suicídio.
Bancários
No caso dos bancários, os principais registros são de LER/DORTs e doenças mentais. Dados do INSS entre 2005 e 2008 revelam que as LER/DORTs resultaram em concessão de auxílio-doença para 1.489 bancários.
Mas a situação tende a ser muito mais grave, pois muitos bancos preferem deixar seus trabalhadores adoecidos em casa, sem que passem pelo INSS e sem a notificação da CAT.
“O bancário que sofre de algum sintoma deve consultar um médico para saber se realmente tem alguma doença e, se for confirmado o diagnóstico, procurar o Sindicato para buscar seus direitos”, destaca Adalto Pinto, secretário de Saúde do Sindicato.