A política de demissão no Banco do Brasil fez mais duas vítimas em Mato Grosso. Na última segunda 13, uma bancária de São José dos Quatro Marcos foi demitida, e na agência Várzea Grande Centro, um bancário se viu obrigado a pedir demissão, ambos ainda no período de experiência.
Segundo a bancária, a orientadora estava fazendo pressões, tratando-a com desmerecimento e com comentários constrangedores durante o expediente. Caso semelhante ao da bancária do BB de Várzea Grande, que foi demitida após passar por humilhações e constrangimentos.
A bancária, que tem experiência em outras empresas e também curso superior, já nos primeiros 30 dias após sua posse no cargo, passou pela humilhação de ter comentários constrangedores sobre suas anotações em agenda pessoal por parte da gerência e por sua orientadora. Posteriormente, começaram as cobranças de metas abusivas e de questões fora de sua responsabilidade, como, por exemplo, visitas à Prefeitura.
Em nenhum momento durante o período de avaliação foi mostrado à bancária seu desempenho, e também, não ofereceram a ela, os feedbacks e em quais pontos deveria melhorar, como determina a norma interna. De acordo com a bancária demitida, no último dia de trabalho, sequer permitiram que ela visse a avaliação geral que resultou em sua demissão. Além disso, ela ainda relata que ficou mais de 10 dias sem nenhuma orientação, pois sua orientadora havia saído de licença.
Além deste caso, chegou ao conhecimento do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (Seeb MT) que um segundo bancário da mesma agência Várzea Grande Centro, apavorado e abalado psicologicamente devido à pressão que estava sofrendo, acabou pedindo demissão. O funcionário não possuía mais condições de trabalhar pelo medo de ser demitido, com a aproximação do fim dos 90 dias de experiência. Neste caso há indícios claros que o banco ofereceu duas opções para ele “pedir demissão” ou ser “demitido”.
Os casos são parecidos com as demais denúncias recebidas pelo Seeb-MT, de que as agências e a Gestão de Pessoas do Banco do Brasil em Mato Grosso (GEPES) não estariam seguindo nem mesmo a normativa interna do banco, que é clara a respeito dos papéis do orientador, da gerência e dos representantes da GEPES.
Pelas normas do banco o orientador é responsável pelo acompanhamento no período de experiência desses funcionários, auxiliando-os nas dificuldades, esclarecendo dúvidas e oferecendo subsídios para superar os problemas.
O gerente é responsável por analisar todas as situações e repreender quando necessário o orientador, bem como, dar feedbacks (retorno das avaliações) aos novos funcionários quanto às dificuldades normais de qualquer funcionário.
A Gestão de Pessoas deveria ser responsável pelo acompanhamento de todo o processo, orientando gerentes e orientadores, bem como os novos funcionários em caso de má avaliação. Porém este papel não tem sido cumprido no Banco do Brasil em Mato Grosso.
O processo de experiência do BB tem se tornado uma forma de humilhação e ataque à auto-estima, com pressão e constrangimentos aos novos funcionários.
“Enviamos ao BB uma solicitação de acompanhamento, visando evitar injustiças como essas nas avaliações, devido às denúncias de que os novos funcionários estavam sendo jogados nas agências sem nenhum acompanhamento e ainda sofrendo pressões, mas não fomos atendidos”, afirma o secretário de assuntos jurídicos do Seeb-MT e bancário do Banco do Brasil, Alex Rodrigues.
Diante de todas essas denúncias, a direção do Seeb-MT está preparando uma denúncia ao Ministério Publico do Trabalho (MPT) e também, novos atos de protesto contra essas atuais políticas do Banco do Brasil.
Por essa razão, a direção do Seeb-MT solicita aos novos bancários que caso estejam sofrendo qualquer tipo de pressão durante o período de experiência, que entre em contato com o Sindicato pela seção Fale Conosco do site www.bancariosmt.com.br, pelo e-mail [email protected] ou telefone (65) 3623-5333.