(São Paulo) O presidente Lula juntou-se ontem ao coro dos movimentos sociais e disse que vai pressionar o Banco Central para ajustar a política de juros. Lula quer que o BC trabalhe para que a inflação não fique abaixo do centro da meta, 4,5% ao ano, como ocorreu em 2006. Desde que o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu reduzir o ritmo de queda da taxa Selic, o presidente do BC, Henrique Meirelles, já foi chamado duas vezes pelo presidente para dar explicações.
“O Banco Central deve estar alinhado à política do governo federal e trabalhar para que os objetivos do país sejam atingidos. Por isso a Contraf-CUT é contra a autonomia do BC. A redução menor que a esperada da Selic mostra que muitas vezes o Banco Central caminha na contramão das políticas do governo”, comentou Carlos Cordeiro, secretário-geral da Contraf-CUT.
Segundo as agências de notícia, Lula já não quer que o conservadorismo do BC coloque em risco seu projeto de "destravar" o crescimento nesse segundo mandato. Ele apóia a política gradualista do BC, mas tem questionado com mais insistência as decisões do BC e não gostou da última decisão do Copom. Para ele, o corte poderia ter sido de 0,5 ponto.
“Além da Selic, que precisa continuar caindo e muito para chegarmos a níveis menos selvagens, temos o problema do spread bancários. A queda da taxa básica de juros ao longo de 2006 não chegou ao cidadão que foi aos bancos tomar empréstimos pessoais ou que teve de sacar dinheiro da conta do cheque especial. Ao longo de 2006, a taxa básica de juros estipulada pelo Banco Central teve uma queda de 26%. Já a taxa média de juro cobrada pelos bancos para fazer um empréstimo pessoal no estado de São Paulo caiu 2,6%: 10 vezes menos”, explicou Carlão.
Segundo ele, a Contraf-CUT quer uma política de crédito direcionado para gerar emprego e renda com juros mais baixos. Carlão sustenta ainda que a participação da sociedade no Conselho Monetário Nacional (CMN).
Fonte: Contraf-CUT, com agências