Lula diz que BC tomará compulsório de volta, caso bancos não garantam liquidez

Vitor Abdala
Enviado especial

Nova Delhi – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (15) que o Banco Central tomará o depósito compulsório de volta, caso os bancos beneficiados com a suspensão do pagamento não garantam liquidez ao mercado financeiro. A afirmação foi feita em Nova Delhi, onde participou da 3ª Reunião de Cúpula do Ibas – grupo que reúne Índia, Brasil e África do Sul.

Sobre a medida do banco de injeta até R$ 100 bilhões no mercado, o presidente disse que “o BC só vai liberar o dinheiro na medida em que houver a concessão do empréstimo [pelos bancos]”.

O presidente disse ainda que o governo não vai ajudar diretamente as empresas que enfrentarem dificuldades por causa da crise. O que poderá ser feito é um empréstimo bancário. “Quem tomar dinheiro, será emprestado [diretamente com os bancos]”. Mais cedo, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse que o governo brasileiro está atento para o caso de os exportadores precisarem de ajuda para enfrentar a crise.

Lula comentou também os prejuízos de empresas brasileiras que investiram em dólares. Segundo ele, “todas as empresas que apostaram e perderam têm que arcar com as responsabilidades. Obviamente que o Brasil estará disposto a criar condições para que o sistema financeiro empreste dinheiro pela lógica de mercado”.

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