(São Paulo) A Nossa Caixa divulgou nesta terça-feira, dia 14, o seu lucro do terceiro trimestre de 2006. Sem dizer nada, o banco confirmou as suspeitas do Sindicato de que é sim possível pagar aos funcionários o valor adicional à PLR, acordada entre os bancários e a Fenaban, nesta campanha nacional.
“O balão da Nossa Caixa esvaziou. Porque existe sim a possibilidade de pagar aos funcionários, assim como o Bradesco, Itaú e Unibanco vão fazer”, lembra a diretora do Sindicato Raquel Kacelnikas.
O banco anunciou um lucro líquido de R$ 418,3 milhões em nove meses. O resultado é de -24,2% se comparado com o mesmo período de 2005, que foi de R$ 551,782 mi. Entretanto, se retirar do lucro o resultado da venda da empresa de capitalização Nossa Caixa Vida e Previdência – e outros itens extraordinários – o resultado acumulado até setembro deste ano é de R$ 351 mi. Desta forma, o lucro de janeiro a setembro será superior em 19,1%.
Segundo o diretor de finanças e de relações com investidores da Nossa Caixa, Rubens Sardenberg, em entrevista ao jornal Valor Econômico, “os números de 2005 foram influenciados por ganhos extraordinários” com a venda da empresa.
“A Nossa Caixa seguiu o mesmo padrão dos outros bancos, com queda no lucro no terceiro trimestre. Instituições como o Itaú e o Bradesco descontaram o ágio de compras, e o banco estadual vendeu uma parte”, diz Raquel.
Funcionários – De acordo com a diretora do Sindicato, os funcionários têm um papel importantíssimo nesses números. “Os bancários estão com pouco estrutura para enfrentar os desafios, como a vinda de milhares de contas de funcionários públicos. Os trabalhadores colocaram o peito na frente e assumiram a responsabilidade da diretoria do banco, que não se preparou para isso. Nada mais justo que partilhar com os bancários esse crescimento”, lembra Raquel.
Lucro líquido da Nossa Caixa |
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Impacto do resultado não recorrente |
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– |
setembro / 2005 |
setembro / 2006 |
variação % |
Resultado |
351,0 |
418,3 |
19,2% |
Itens extraordinários* |
200,7 |
0,0 |
– |
Lucro líquido publicado |
551,7 |
418,3 |
-24,2% |
*Eventos extraordinários
Merecem destaque especial os seguintes eventos extraordinários registrados ao longo do primeiro semestre de 2005:
i. Transferência para o acionista controlador, a título de distribuição de lucros acumulados, das ações da Companhia Energética de São Paulo (CESP), Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), bem como os recursos provenientes da alienação das ações da AES Tietê;
ii. Reversão das provisões relativas ao Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS) que passaram a refletir a intenção, quando da conversão em títulos CVS, de mantê-los até o vencimento;
iii. Alienação do controle da Nossa Caixa Seguros e Previdência S.A. por R$ 225,8 milhões para a Mapfre Vera Cruz Seguradora S.A. Esta transação aguarda a homologação da transferência do controle acionário, pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
Elaboração: Dieese – Subseção Sese/Seeb-SP
Fonte: SEEB SP