O lucro do Santander Brasil deu um salto no segundo trimestre, influenciado por uma reversão de provisão tributária bilionária no período. De abril a junho, o maior banco estrangeiro no Brasil teve lucro societário de 3,881 bilhões de reais, muito acima dos 527,5 milhões reportados em igual etapa de 2014. No trimestre, o Santander Brasil teve impacto líquido positivo de 3,2 bilhões de reais oriundo da reversão de uma provisão fiscal relativas à Cofins.
Desconsiderando eventos não recorrentes, o lucro foi de 1,675 bilhão de reais no trimestre, alta de 16,6 por cento sobre mesma etapa de 2014.
No fim de junho, a carteira de crédito ampliada do Santander Brasil somou 321,6 bilhões de reais, aumento de 15 por cento na comparação anual, com destaque para o salto de 28,7 por cento na linha grandes empresas. Na base sequencial, porém, houve retração de 1 por cento.
Os empréstimos para financiamento ao consumo tiveram retração de 4,1 por cento em 12 meses, enquanto a dirigida a empresas médias e pequenas, segmento que foi alvo de lançamento de uma plataforma pelo Santander Brasil em abril, subiu apenas 0,3 por cento, também no comparativo anual.
Em contrapartida ao aumento dos financiamentos, a qualidade da carteira piorou, com o índice de inadimplência acima de 90 dias subindo a 3,2 por cento, após três quedas seguidas. Um ano antes, o índice tinha sido de 4,1 por cento.
Como consequência, a despesa do banco com provisão para perdas com calotes subiu 21 por cento ano a ano e 15,5 por cento na base sequencial, para 2,97 bilhões de reais.
Esse aumento de provisões ofuscou em parte a alta de 11,9 por cento da margem financeira, a 7,48 bilhões de reais, que inclui os ganhos do banco com operações de crédito.
O banco teve no trimestre uma rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE) de 12,8 por cento, estável sobre o trimestre anterior e acima dos 11,6 por cento do segundo trimestre de 2014.
A Contraf-CUT divulgará, em breve, a análise do Dieese sobre os resultados do Santander.