O lucro líquido do Banpará cresceu 9,2% em 2013 em relação a 2012, chegando a R$140,9 milhões, segundo balanço publicado nesta quinta-feira (27), mesmo aumentando injustificadamente as provisões para devedores duvidosos (PDD). A rentabilidade (retorno sobre o patrimônio líquido) caiu 2,1 pontos percentuais, ficando em 30,4%.
Apesar disso, segundo análise do balanço realizada pelo Dieese, este patamar é significativamente superior à média dos grandes bancos que já divulgaram seus balanços em 2014, como são os casos do Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander, cuja rentabilidade média foi de 18%.
As despesas de pessoal cresceram 17,0%, totalizando R$ 167,6 milhões, enquanto as receitas de prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 12,0%, atingindo R$ 55,4 milhões. Com esse resultado, as receitas e tarifas cobriram 33% das despesas com pessoal no Banpará.
O banco encerrou o ano com 1.554 funcionários, tendo criado 185 postos de trabalho em doze meses (em 2012, eram 1.369 empregados). O número de agências permaneceu o mesmo (44 unidades), entretanto, a rede de atendimento aumentou, com a abertura de nove postos de atendimento (PAB).
Provisão para devedores duvidosos não se justifica
O fato mais surpreendente do balanço do Banpará em 2013, segundo o Dieese, foi o aumento das despesas de provisão para devedores duvidosos (PDD), da ordem de 180,8% em relação a 2012, totalizando R$ 105,6 milhões. O relatório do banco em 2012 não apresenta dados sobre a inadimplência (atrasos acima de 90 dias), mas, em 2013, ela ficou em apenas 1,96%. Este percentual não justifica um crescimento tão vigoroso das provisões nem é compatível com o patamar de crescimento da carteira de crédito.
A carteira de crédito atingiu R$ 2,7 bilhões, com um expressivo crescimento de 26,1% em doze meses. O segmento pessoa física teve saldo médio de R$ 2,6 bilhões em 2013, com crescimento de 22,7% em relação a 2012. A carteira de pessoa jurídica apresentou crescimento robusto em 2013, tendo triplicado de valor, em doze meses, totalizando R$ 128,1 milhões. Apesar desse crescimento, a carteira de pessoa jurídica representou apenas 5% do total da carteira de crédito do Banpará.
Veja aqui quadro comparativo do balanço realizado pelo Dieese.