Os bastidores dos problemas enfrentados pela categoria no ambiente de trabalho e suas consequências para a saúde são o tema do livro “Adoecimento Psíquico no Trabalho Bancário: da prestação de serviços à (de)pressão por vendas”, que o psicólogo Vitor Barros, em parceria com o Sindicato dos Bancários de Brasília, lança na próxima segunda-feira (11), às 18h30, no Teatro dos Bancários (EQS 314/315).
Por meio do trabalho realizado junto à Secretaria de Saúde e por meio da Clínica do Trabalho, Vitor acompanha há alguns anos uma série de casos de bancários de Brasília vítimas de doenças ocupacionais e que foram afastados por conta disso.
O livro se baseia na Psicodinâmica do Trabalho e em mais de três mil horas de depoimentos de atendimento a esses bancários. “O adoecimento no trabalho é tratado como um fenômeno social e deve ser levado em consideração não somente por quem adoeceu, mas por toda a organização de trabalho que adoece. A obra propõe que o trabalho bancário seja falado, discutido, debatido para que não fique só no discurso de responsabilidade social divulgado pela empresas do ramo financeiro”, afirma o psicólogo.
As psicólogas e professoras do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB) e do Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde e Trabalho (Gepsat), Ana Magnólia e Luciane Araújo, participarão do evento. A Clínica do Trabalho é desenvolvido pelo Sindicato em parceria com o Instituto de Psicologia da UnB. A assessoria jurídica previdenciária do Sindicato também estará no lançamento.
Leia um dos depoimentos do livro: uma bancária conta sobre o dia-a-dia estressante dentro do banco na busca pelo atingimento das metas.
“Só para desabafar: uma vez bancário, bancário para a vida toda. Fico observando o quanto são pessoas repreendidas e reprimidas, do quanto se abstêm da sua qualidade de vida. Verdadeiras máquinas ambulantes. Horas e horas, dias e dias, anos e anos de tensão intensa tentando satisfazer o insaciável. Luta sem fim, busca do irrealizável, do impossível. Penso que seja por isso ser tão difícil nos libertarmos, pois continuamos sempre na busca do que só existe em um sonho: um bancário realizado”.