Neste domingo, dia 10 de maio, a Contraf-CUT felicita as bancárias pelo Dia das Mães. Neste ano, há alguns motivos para comemoração e muitas reivindicações por que lutar.
A boa notícia é que o Banco do Brasil e vários bancos menores já garantiram a suas trabalhadoras o direito à licença-maternidade de 180 dias. Bandeira defendida pelo movimento sindical, a ampliação da licença-maternidade foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado. Entre os grandes bancos, no entanto, apenas o BB implementou a medida.
“Trata-se de uma conquista importante que precisa ser seguida pelas demais empresas”, afirma Deise Recoaro, secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT. “Os bancos precisam sair do discurso vazio e passar a colocar em prática a responsabilidade social que tanto pregam. Implementar a licença-maternidade de 180 dias é o mínimo que podemos esperar”, acrescenta.
Deise lembra que há toda uma pauta de reivindicações do movimento sindical que precisa ser atendida pelas empresas para que possa haver uma real valorização de suas trabalhadoras e a promoção da igualdade de gênero efetiva. Entre essas bandeiras, está a ampliação também da licença-paternidade para seis meses, a serem usufruídos após o retorno da mãe ao trabalho. Além de garantir um período maior de cuidados para o bebê nesse momento tão sensível, a medida visa promover o conceito de relações compartilhadas, em que homem e mulher dividem de forma igual responsabilidades e direitos.
“Os pais também têm o direito de curtir esse momento da vida de seus filhos. Não podemos mais encarar a criação dos filhos como um papel exclusivo da mulher”, afirma. “Muitas empresas acabam discriminando as mulheres, para não ter que arcar com o custo da licença-maternidade. Essa medida atacaria essa discriminação”, sustenta.
Para a diretora, é preciso lembrar que as licenças não são apenas um direito dos pais, mas fundamentalmente das crianças. “É um direito do bebê receber os cuidados necessários para sua saúde e bem-estar e isso precisa ser garantido. Além disso, é precis garantir o direito das mães de cuidar de seus filhos e retornar a seu trabalho sem prejudicar sua carreira”, afirma.
Amamentação
Outro avanço foi conquistado nos bancos Santander e Real. Os aditivos das duas empresas prevêem a ampliação de seis para noves meses o período da licença-amamentação. Previsto na CLT, esse direito garante duas pausas diárias de meia hora para que as mães possam amamentar seus filhos. Os aditivos garantem ainda que as bancárias possam trocar essas pausas por um acréscimo de 10 dias corridos na licença-maternidade – que pode ser solicitado também para os pais.
“Tivemos alguns avanços, mas ainda temos um longo caminho até chegarmos a relações de gênero realmente equilibradas e iguais”, afirma Deise. “Estas e outras pautas deverão estar novamente na minuta de reivindicações da Campanha Salarial dos bancários deste ano e precisaremos da mobilização de todos e todas para avançar na verdadeira igualdade entre os gêneros”, diz.