Levantamento do Sindicato de Porto Alegre revela ataques a bancos no RS

Com base na estatística mensal organizada pelo Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, acerca dos ataques a banco ocorridos no Rio Grande do Sul, o jornal Zero Hora publicou matéria, na segunda-feira, dia 5 de outubro, abordando a insegurança vivenciada por trabalhadores e clientes, especialmente em municípios do interior do Estado.

O levantamento, feito pelo Sindicato desde 2006, tem sido referência para a imprensa no tema. Dessa forma, ele se mostra um instrumento importante de informação e, portanto, de enfrentamento da realidade de medo vivenciada pelos bancários.

Leia a íntegra da matéria de Zero Hora:

Ataques a banco se concentram no interior

O pavor que assolou Boqueirão do Leão há pouco mais de um mês, quando as três agências bancárias da cidade foram alvo de criminosos armados, é mais comum do que parece. Embora o número de ataques do tipo tenha caído pela metade na Capital nos últimos nove meses em relação ao mesmo período do ano passado, um levantamento do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários) mostra que as investidas se mantêm altas e estáveis no Interior desde 2007.

As estatísticas incluem roubos, furtos, arrombamentos, tentativas de assaltos e sequestros.

– Tudo indica que os bancos deixaram de ser o foco dos ladrões na Capital. Eles estão preferindo assaltar outros estabelecimentos, como lotéricas e supermercados, que oferecem maiores facilidades – afirma o titular da Delegacia de Roubos, Juliano Ferreira.

Em Porto Alegre, os ataques entre janeiro e setembro de 2008 e no mesmo período de 2009 caíram de 48 para 24. Somente nos casos de roubos, a contagem da delegacia especializada revela um decréscimo de 20 para 15. No Interior, o número se manteve praticamente o mesmo, mas a participação no total de investidas no Estado, em função do declínio na Capital, aumentou de 60,3% para 75%.

A queda abrupta no índice de Porto Alegre, segundo Ferreira, tem duas explicações. A primeira estaria ligada à prisão de pelo menos 40 criminosos no ano passado, suspeitos de agirem na Capital. A segunda teria relação com o reforço na segurança dos bancos, como a instalação de vidros blindados, e a adoção de estratégias preventivas, entre elas a decisão de manter valores menores nos caixas e nos cofres e o retardo de tempo na abertura de cofres.

Por outro lado, os bandos especializados parecem ter descoberto nos pequenos municípios um terreno mais fértil para ações como o ataque de 1º de setembro em Boqueirão do Leão, onde um grupo armado invadiu três bancos. Arrastões desse tipo contribuíram para catapultar a fatia destinada ao Interior nas estatísticas criminais.

Fatores como o número de PMs, a variedade de rotas de fuga e a concentração de dinheiro em algumas poucas agências seriam os principais chamarizes para o crime – e motivo de insônia entre funcionários de bancos.

– Muitos não querem ser transferidos para locais onde é alta a incidência (de ataques) – avalia o secretário-geral do SindBancários, Fábio Soares Alves.

O subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Jones Calixtrato Barreto dos Santos, calcula que, a partir de janeiro, 2,8 mil novos PMs deverão ganhar as ruas do Interior.

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