O Sindicato dos Bancários do Ceará denuncia mais uma vez o festival de desmandos que existe atualmente no Banco do Brasil. São, infelizmente, já de uso comum, atitudes como pressão por metas, assédio moral, perseguição a funcionários grevistas, trabalho em finais de semana e feriados, vista grossa às atitudes de gerentes assediadores, e até lista negra para futuros descomissionamentos, entre outros absurdos.
As denúncias são constantemente encaminhadas à Ouvidoria e à direção do Banco do Brasil, mas poucas providências são tomadas de forma concreta.
Uma das denúncias chegou ao conhecimento do Sindicato através de um ex-superintendente do banco no Ceará, que após sofrer inúmeras maneiras de pressão, foi pressionado se aposentar em março de 2013 e resolveu denunciar o que estava acontecendo nos bastidores do banco.
De acordo com o ex-funcionário, em carta apresentada à direção e divulgada na área interna do BB, ele era forçado a fazer avaliações tendenciosas, levando alguns colegas a também se aposentarem ou receberem punições indevidas. Tudo com o aval da Super/CE.
Inconformado com a situação e falta de apuração devida pelo BB, o ex-superintendente acionou a justiça e, recentemente, a Justiça divulgou documentos que comprovam a existência de uma lista negra dentro do BB.
Da relação, constam os nomes de pelo menos 41 gerentes apontados como “as próximas vítimas” de assédio e pressão. A lista contém os gerentes com mais de 50 anos de idade e mais de 30 anos de banco e seriam pressionados a se aposentarem, ou ao contrário, seriam transferidos para agências de nível inferior ou até mesmo, seriam descomissionados.
Além disso, o ex-funcionário era obrigado a passar por situações vexatórias, sofreu discriminação por conta da sua idade e foi obrigado a suportar abusos, exploração com exigência de tarefas subumanas e foi vítima de perseguição e assédio moral pelo seu superior, o superintendente estadual Elói Medeiros, o que provocou seu pedido de aposentadoria.
O bancário sempre teve posição de destaque dentro do banco e era reconhecido por colegas e clientes pelo seu trabalho dentro da instituição.
“Há tempos denunciamos essa prática desumana que existe no Banco do Brasil. O terror está instalado no Ceará. Há cobrança de metas abusivas, ameaças constantes de descomissionamentos e downgrades, assédio moral e principalmente, tendo como alvo pessoas que já provaram sua capacidade profissional e sua dedicação à empresa durante toda a vida, sendo obrigados até mesmo a serem antiéticos com os colegas de trabalho”, afirma o diretor do Sindicato e funcionário do BB, José Eduardo Marinho.
“O Banco do Brasil agora não tem mais limites. Não cumpre acordo coletivo, não obedece à legislação trabalhista, exige o cumprimento de metas desumanas e pratica uma jornada excessiva e cruel. Além disso, com a divulgação dessa lista negra, fica comprovado também que o BB discrimina os seus funcionários pela idade, após dedicarem a vida inteira ao banco. Isso é, no mínimo, desrespeitoso”, disse Gustavo Tabatinga, secretário jurídico do sindicato e funcionário do BB.