FOLHA ONLINE
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
As taxas de juros para o consumidor voltaram a subir abril, depois de três meses de queda, apesar da redução na inadimplência, que chegou ao menor nível desde o final de 2005.
Segundo pesquisa do Banco Central divulgada nesta quarta-feira, a taxa média de juros ao consumidor passou de 41% para 41,1% ao ano. Houve alta no cheque especial (de 160,3% para 161,3% ao ano) e no credito pessoal (42,7% para 42,9%), entre as principais modalidades pesquisadas.
O aumento se deve ao custo de captação dos bancos, que está sendo impulsionado pelo aumento recente da taxa básica de juros e pela expectativa de que a Selic continue subindo até o fim do ano.
Esse efeito anulou o impacto positivo da queda da inadimplência sobre o mercado de crédito. Os pagamentos atrasados representam hoje 5% do total (pessoa física e jurídica), o melhor resultado desde março do ano passado. Para o consumidor, caiu de 7% para 6,8% (menor desde dezembro de 2005).
O “spread” bancário, que é a parcela que embute custos, riscos e lucros, caiu 0,2 ponto percentual para o consumidor. Para as empresas, caiu 0,3 ponto. Os juros para pessoa jurídica ficaram estáveis em 26,3% ao ano. A inadimplência ficou em 3,6%.
O indicador que reúne pessoas físicas e jurídicas apontou alta nos juros, de 34,2% para 34,3% ao ano. Apesar da queda de 0,2 ponto no “spread”, houve alta de 0,3 ponto no custo de captação.
O estoque de crédito na economia cresceu 17,6% nos últimos 12 meses, acima dos 16,8% registrados até março, e chegou a R$ 1,47 bilhão (45,2% do PIB). O crédito para o consumidor avançou 20%. Para empresas, cresceu 15,7%.