Jundiaí: Sindicato denuncia sucateamento do Banco do Brasil

O Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região, no interior de São Paulo, está realizando uma série de ações para denunciar a situação do atendimento e das condições de trabalho nas agências do Banco do Brasil.

Para o sindicato, trata-se de uma política do governo para as empresas públicas e, especificamente, para os bancos públicos. “Antes a instituição era usada como uma ferramenta para alavancar a economia. A ordem agora é deixar o banco agonizar para justificar sua privatização em médio prazo”, alerta Álvaro Pires, dirigente sindical e funcionário do Banco do Brasil.

Álvaro afirma que o fechamento de agências sobrecarregou as unidades que ficaram abertas e ocasionou em uma piora no atendimento péssimo. “Há relatos de mais de duas horas para atendimento a clientes. Faltam funcionários na totalidade dos locais. Muitas agências ficam inoperantes por problemas simples, como travamento de cofre ou pane de sistema”, disse o dirigente sindical.

Segundo levantamento do Sindicato dos Bancários, a agência da Vila Rami, em Jundiaí, está inoperante deste janeiro em consequência de arrombamento do cofre. Em Francisco Morato, a única agência da cidade está inoperante desde janeiro em virtude de alagamento por enchente, embora a água tenha atingido apenas o piso térreo, enquanto que o Bradesco, que também foi atingido, retornou o atendimento aos clientes em apenas dez dias.

“São problemas simples, que poderiam ser resolvidos com facilidade se houve interesse na solução. Mas, o que acontece é um processo de sucateamento semelhante com o que fizeram com outras estatais que foram privatizadas, como o Banespa, a Telesp e a Vale, por exemplo. A ideia é gerar o caos, deixando a empresa obsoleta e deficitária. Infelizmente muitos gestores e funcionários do BB ainda não se deram conta deste processo ou simplesmente estão ofuscados pelas cobranças e pelo estresse doa dia-a-dia,” disse o dirigente.

Álvaro Pires disse ainda que estes episódios localizados se somam a outros problemas de estruturas totalmente ultrapassadas, móveis quebrados e danificados, caixas eletrônicos obsoletos e avariados. “Conseguir sacar dinheiro nos caixas eletrônicos em finais de semana e feriados é uma verdadeira aventura. As taxas de juros e tarifas estão equivalentes ou em muitos casos até maiores do que nos bancos privados. As exigências para se obter empréstimos e financiamentos aumentaram muito e isso tem impedido a alavancagem dos negócios, o que forçou a queda da rentabilidade em torno de 40% no último ano”, observou o dirigente, que disse ainda que houve agências que tiveram seu quadro funcional reduzido em 50%. No entanto, as metas antes impostos foram mantidas. “Esta gestão caótica está criando um ambiente e situações propícias para o adoecimento dos funcionários. Os afastamentos por depressão e estresse estão crescendo assustadoramente, sem esquecer os problemas de pressão arterial e cardiovasculares”, disse.

Desmonte
No final de 2016, o Banco do Brasil divulgou os planos de reestruturação que prevê o fechamento de 402 agências e transformação de outras 379 em postos de atendimento, com encerramento de 31 superintendências e a redução do quando de funcionários por meio de um Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI).

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