Apesar das agências estarem sem qualquer segurança devido à greve dos vigilantes, o Itaú Unibanco determinou o seu funcionamento. Com a decisão, o banco faz com que bancários e clientes passem por um risco desnecessário, inclusive, risco de vida, em caso de assalto.
A diretora do Sindicato, Adriana Nalesso, entrou em contato com a Gerência Operacional de Relações de Trabalho (Gort) que confirmou que, mesmo sem seguranças, a orientação da diretoria do Itaú Unibanco era de abertura das unidades, desde que não houvesse movimentação de numerário, ou seja, nenhum cliente poderia fazer operações com dinheiro. “Esta é uma desculpa esfarrapada do banco. Como pode uma agência funcionar sem dinheiro? Não vai ter numerário nos caixas automáticos? E os caixas bancários, vão fazer operações sem dinheiro? Isto é uma alegação sem qualquer sentido para justificar esta situação completamente ilegal”, afirmou a diretora do Sindicato, Adriana Nalesso.
Nesta quarta-feira, a dirigente percorrreu várias agências e constatou que bancários eram forçados a realizar o trabalho dos vigilantes, controlando a entrada de clientes pela porta giratória. “A substituição dos vigilantes por bancários é ilegal. O banco prioriza o dinheiro em detrimento da vida de funcionários e clientes”, afirmou Adriana.
Abertura contraria lei
O Sindicato vai tomar as medidas políticas e jurídicas necessárias, para impedir o funcionamento das agências enquanto durar a paralisação. A abertura de agências sem a presença de segurança interna, contraria a Lei 7.102 que dita que as agências bancárias só podem funcionar com a presença de vigilantes patrimoniais. Em um ato de intransigência e descuido com clientes e funcionários, o banco insiste em manter suas agências funcionando mesmo com a categoria dos vigilantes em greve.
Greve
Os vigilantes do Rio de Janeiro, e não apenas os do Itaú, estão em greve, tendo rejeitado a proposta de reajuste feita pelo sindicato patronal (Sindesp), que aumentaria o salário em 6,28% e atualizaria os valores de risco de morte em 3%. Os trabalhadores reivindicam 9%, além de 5% de periculosidade. Exigem também que cláusulas do acordo anterior, como seguro de vida por morte natural, acidental ou invalidez pago pela empresa e gratificação de 30% para atuantes em escolta, sejam mantidas.