Em reunião ocorrida na segunda-feira (2) com a Contraf-CUT e o Sindicato dos Bancários de São Paulo, o diretor de segurança do Itaú anunciou que o banco suspendeu a retirada da porta de segurança das agências. Todas as unidades do Itaú que passarem por reforma terão mantidas as portas de segurança. Ele também assumiu o compromisso de reavaliar a situação dos estabelecimentos que tiveram o equipamento retirado.
“Trata-se de uma boa notícia para os trabalhadores, os clientes e a sociedade, pois a porta giratória virou hoje um símbolo de segurança, protegendo a vida das pessoas, a exemplo do aparelho de raio-x nos aeroportos”, afirma Carlos Cordeiro, funcionário do banco e presidente da Contraf-CUT.
O anúncio do Itaú ocorre após a onda de protestos dos bancários em todo país, sobretudo contra as demissões, a rotatividade, a retirada das portas de segurança e as condições precárias de trabalho.
“Queremos a obrigatoriedade da instalação da porta de segurança em todas as agências e postos de atendimento, pois até as estatísticas da Febraban comprovam a redução dos assaltos a bancos depois da instalação da porta de segurança, a partir do final dos anos 90, por força da mobilização dos bancários e da aprovação de leis municipais”, destaca Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, que também participou da reunião.
Ademir lembra que a reivindicação foi discutida na última quinta-feira, dia 28 de junho, na mesa temática de segurança bancária com a Fenaban. Mas os debates não avançaram. “O representante dos bancos disse que porta de segurança nada tem a ver com relações de trabalho, ignorando que o equipamento é fundamental para que haja trabalho seguro”, salienta.
“Esse é um avanço para vigilantes, bancários e clientes que estarão mais protegidos da ação de marginais. No entanto, vamos insistir até que todas as agências tenham porta de segurança”, reforça Daniel Reis, funcionário do banco e diretor executivo do Sindicato.
De acordo com Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato, que igualmente participou da reunião, além do Itaú, a reivindicação está sendo levada a todos os bancos. Além disso, estão sendo feitas ações junto às câmaras de vereadores para que sejam aprovadas leis que tornem obrigatória a porta de segurança nas unidades bancárias. “Essa luta é para o bem de toda a população e o legislativo tem de atuar pela aprovação de medidas que ajudem a preservar a integridade de trabalhadores e usuários das agências”, completa.
A obrigação da porta de segurança também está sendo reivindicada pela Contraf-CUT e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) nas reuniões com o Ministério da Justiça que tratam da elaboração do projeto de lei do estatuto da segurança privada.
“Defendemos a instalação desse equipamento porque ele protege a vida das pessoas e melhora as condições de segurança dos estabelecimentos, além de prevenir assaltos e outras ações criminosas”, salienta José Boaventura Santos, presidente da CNTV, que também participou da reunião.
Os dirigentes sindicais também cobraram medidas para melhorar a estrutura de segurança dos estabelecimentos, bem como ações para combater o crime da “saidinha de banco”, como biombos, divisórias entre os caixas e isenção das tarifas de transferências (TED, DOC) para reduzir a circulação de dinheiro.
O Safra foi a primeira instituição financeira a atender a reivindicação dos bancários e instalou portas de segurança em toda rede de agências.