(São Paulo) Os representantes da COE Itaú da Contraf-CUT estiveram reunidos com a direção do banco Itaú nessa terça-feira, dia 31. A negociação apresentou dois avanços importantes: a PCR (Participação Complementar nos Resultados) e auxílio-educação. As propostas apresentadas na reunião são fruto de um processo de negociação que vem desde o início do ano.
A PCR é um valor complementar pago pelo banco que engloba princípios que a Contraf-CUT defende há muito tempo: é linear (paga para todos os funcionários com o mesmo valor), sem metas individuais e não é compensável de nenhum programa de remuneração próprio da empresa e nem da PLR prevista na Convenção Coletiva da categoria. Ela foi criada em 2005, quando cada funcionário recebeu R$ 850,00. Em 2006, o valor recebido foi de R$ 1200,00.
A proposta de PCR para 2007 apresenta três indicadores: lucro líquido, ROE e índice de eficiência. Em relação à proposta do ano passado, foram suprimidos os indicadores Posição do banco no ranking do Bacen e Índice do Bacen de reclamações. O valor a ser pago neste ano pode chegar a 1500,00 reais, com a garantia de um pagamento mínimo no valor de 730 reais. A previsão é que o pagamento ocorra junto com a segunda parcela da PLR, ou seja, no inicio de 2008.
A proposta é para assinatura de um Acordo Coletivo de dois anos, mantendo a estrutura, mas corrigindo os valores, e deve agora ser apreciada nas assembléias dos sindicatos. Nos próximos dias, a Contraf-CUT disponibilizará a minuta da proposta na íntegra, juntamente com as orientações jurídicas para a realização das assembléias.
“A PCR é uma conquista da Contraf-CUT e de seus sindicatos filiados. Nós estamos desde fevereiro deste ano trabalhando para a manutenção e a ampliação dos valores pagos a título de PCR pelo Itaú e entendemos que essa proposta representa um avanço para a categoria”, analisa Carlos Cordeiro, secretário-geral da Contraf-CUT e funcionário do Itaú. “Para um banco que apresenta lucros exorbitantes como o Itaú, nada mais justo que melhorar a remuneração de seus funcionários”, conclui.
Auxílio educação
Outro ponto debatido na reunião foi a Bolsa-Educação. Demanda antiga dos trabalhadores do Itaú, é um dos itens da minuta de reivindicações específicas do banco e pela primeira vez existe uma proposta concreta.
O acordo discutido com o banco prevê a distribuição de mil bolsas-educação, com valor médio de aproximadamente R$ 400,00 para funcionários não-comissionados cursarem graduação. Ainda não estão definidos os critérios para a concessão dessas bolsas.
“Isso representa um grande avanço, visto que, até então, o banco concedia uma verba para educação de forma unilateral para apenas uma parcela dos trabalhadores”, avalia Wanderley Crivelari, coordenador da COE Itaú da Contraf-CUT. “Cada vez mais a qualificação é exigida pelo banco e o Itaú pode e deve contribuir com o acesso de seus funcionários às universidades”, sustenta.
No próximo dia 7 de agosto, a Contraf-CUT e a coordenação da COE deverão se reunir com o Itaú para procurar estabelecer critérios para a concessão das bolsas. Os representantes das federações junto à COE-Itaú podem enviar contribuições para a definição de critérios até o dia 6 de agosto para a Contraf-CUT.