Itaú e Bradesco duelam pelas contas bancárias dos 460 mil servidores do Estado do Rio de Janeiro, cuja folha de pagamento é de R$ 11,4 bilhões por ano, segundo o Tribunal de Contas do Estado.
Em maio passado o Bradesco comprou o Berj, o último banco estatal do Rio, por R$ 1,8 bilhão em leilão e levou o direito de operar, por três anos, a folha de pagamento dos servidores ativos, inativos e pensionistas do governo fluminense a partir de janeiro de 2012. Atualmente o Itaú detém os direitos bancários dos salários dos funcionalismo do Estado do Rio.
No mês passado o Bradesco começou a realizar o processo de cadastramento junto aos seus novos clientes, mas o Itaú reagiu e iniciou imediatamente uma ofensiva para atrair esse público, com direito a ações de marketing, campanha publicitária e oferta de benefícios.
Dentre as facilidades que o Itaú passou a conceder para garantir que os servidores estaduais não mudem de banco estão a isenção de tarifas até 2014 e o direito a um crédito consignado em até 60 meses, com taxas abaixo das do mercado, a 1,59%. Segundo o Itaú, estão em estudo ainda outras linhas especiais de empréstimo e vantagens para cartão de crédito.
Apesar de o Bradesco ter comprado os direitos sobre a folha, resolução do Conselho Monetário Nacional permite que empregados transfiram seu salário para outra instituição, sem pagar por isso.
A vantagem da portabilidade bancária, até então restrita aos funcionários do setor privado, valerá para o setor público a partir de janeiro de 2012, justamente quando o Bradesco assume a totalidade da folha.
Como o Itaú ainda tem as contas dos funcionários públicos fluminenses, teve facilidades para entrar em contato com esse público.
A medida do rival obrigou o Bradesco a também oferecer benefícios aos servidores, apesar de ter comprado com ágio de quase 100% o Berj e os direitos sobre a folha de pagamentos. Entre as ofertas estão tarifa diferenciada, isenção de taxas para abertura e manutenção da conta até setembro de 2012 e uso de cheque especial por dez dias sem juros.