LORENNA RODRIGUES
Folha Online, em Brasília
Os investimentos estrangeiros no mercado financeiro subiram significativamente em outubro, fechando o mês em US$ 17,119 bilhões, o maior valor desde o início da série histórica do Banco Central, em 1947. Em setembro, os investimentos em carteira somaram US$ 6,835 bilhões.
O investimento total em ações foi de US$ 14,449 bilhões, número também recorde, sendo US$ 9,705 bilhões negociados no país – outro valor inédito – e o restante negociados em ações de empresas brasileiras no exterior. Outros US$ 2,67 bilhões foram aplicados em renda fixa. O resultado foi impactado pelo lançamento de ações do Santander, no começo do mês passado.
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Houve aumento também em relação a outubro de 2008, quando, no ápice da crise financeira, houve saída de US$ 7,877 bilhões de investimentos estrangeiros em carteira do Brasil. No ano, essas aplicações somam US$ 39,81 bilhões, contra deficit de US$ 767 milhões no mesmo período do ano passado.
Já os investimentos de estrangeiros no setor produtivo caíram em relação ao mês anterior, fechando outubro em US$ 1,563 bilhão. Em setembro, haviam sido de US$ 1,81 bilhão.
No ano, esses investimentos somam US$ 19,254 bilhões, contra US$ 45,05 bilhões no mesmo período de 2008.
No mês passado, o governo instituiu a cobrança de 2% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre capital estrangeiro investido em ações e renda fixa. A medida é uma forma de diminuir a entrada de capital especulativo no país e evitar a valorização excessiva do real.
Transações correntes
Em outubro, o deficit nas transações do Brasil com o exterior somou US$ 2,911 bilhões, ante US$ 2,31 bilhões em setembro. No acumulado do ano, o deficit foi de US$ 14,788 bilhões, melhora em relação aos US$ 28,192 bilhões registrados no mesmo período de 2008.
Entram nessa conta o resultado da balança comercial, os gastos do país com serviços, as remessas de lucros e as transferências unilaterais.
Em outubro, o resultado da balança comercial foi superavitario em US$ 1,328 bilhão. A conta de serviços e rendas teve deficit de US$ 4,456 bilhões e as transferências unilaterais registraram superavit de US$ 216 milhões.