Investimento dos bancos com TI avança 2,5%, para R$ 20,6 bilhões

Cibelle Bouças
Valor Econômico | De São Paulo

Os bancos, os maiores compradores de tecnologia do país, gastaram no ano passado R$ 20,6 bilhões em tecnologia, entre despesas e investimentos. O valor representou uma alta de 2,5% em relação a 2012. Com esse montante, os bancos responderam por 17% dos gastos totais em TI no país.

As informações fazem parte da pesquisa Febraban de tecnologia bancária, realizada pela Federação Brasileira de Bancos em parceria com a Strategy& (anteriormente conhecida como Booz & Co).

Do total de gastos apresentados, 40% se referem a investimentos em software. No ano, as despesas com softwares cresceram 20% em relação a 2012. Gustavo Fosse, diretor da Febraban, disse que à medida que avança o uso da internet e de dispositivos móveis em detrimento das operações realizadas nas agências, os bancos viram a necessidade de investir mais em outras tecnologias.

Este ano, segundo ele, os investimentos estão mais voltados para softwares para controle de operações, programas de análise e gravação de imagens, aplicações para dispositivos móveis e sistemas de gestão de relacionamento de clientes (CRM) e de análise de negócios. “Na área de hardware, os investimentos se mantêm mais ou menos constantes”, acrescentou Fosse.

Ainda segundo o executivo, os investimentos na área de segurança da informação responderam por cerca de 10% dos gastos totais em TI, ou aproximadamente R$ 2 bilhões. Os investimentos em equipamentos tiveram aumento de 5% em 2013 e representaram 41% dos gastos totais em TI.

Os bancos ampliaram o número de terminais de autoatendimento (ATM) em 4 mil unidades, passando para 166 mil ATMs em uso. O crescimento no ano foi de 2%. De acordo com Fosse, os bancos têm feito a substituição de terminais antigos por outros mais modernos e incluído novos sistemas de segurança que incluem biometria (equipamentos e softwares que servem para reconhecer um usuário com base em características físicas).

Os tipos de biometria mais implantados são o reconhecimento de digitais, de veias da palma da mão e de veias do polegar. De acordo com a Febraban, em torno de 40% dos ATMs em uso no país já possuem sistemas de biometria e a expectativa é que esse percentual aumente este ano.

Sem citar números, Fosse disse que os bancos estão fazendo a mudança de sistema operacional de seus terminais para ampliar o nível de segurança. Globalmente, 95% dos terminais usam o sistema operacional Windows XP, da Microsoft. Esta semana, a gigante de software informou que algumas versões desse sistema operacional apresentam falhas de segurança que permitem a invasão por hackers.

A Febraban, no entanto, não divulga o número de terminais que já fizeram a substituição. Fosse, que também é diretor do Banco do Brasil observou que, no caso do BB, a instituição não enfrenta esse tipo de problema porque já adota há muitos anos o sistema operacional Linux.

O mercado bancário no Brasil fechou 2013 com expansão no nível de bancarização e no volume de transações, com destaque para o desempenho via internet. Há 103 milhões de contas correntes, um avanço de 6% em relação a 2012. O índice de bancarização subiu 4% e chegou a 57% da população, ante 55% em 2012.

Já o volume de transações bancárias pela internet subiu 18%, para 16,6 bilhões de operações. O número de contas com internet banking avançou 13%, a 41,8 milhões. No ano, as operações por internet representaram 41% do total de transações no país e a web tornou-se o canal mais usado pelos brasileiros. As operações nos ATMs representaram 23%.

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