(São Paulo) As fraudes no Banco do Brasília (BRB), que vieram à tona na semana passada, podem ter se repetido também na Nossa Caixa, o banco oficial do Estado de São Paulo. Segundo a investigação do Ministério Público e da Polícia Civil do Distrito Federal, há "fortes indícios" da existência de um esquema de desvio de recursos públicos na Nossa Caixa. A notícia foi publicada nesta quarta-feira, dia 27, pela Folha de S.Paulo.
Segundo a reportagem, a fraude no banco paulistano pode ter sido muito maior que os R$ 50 milhões desviados do erário do Distrito Federal por meio da Asbace. Os investigadores apontam a existência de esquema idêntico ao que fraudou os cofres do BRB, com as mesmas empresas, procedimentos e natureza dos contratos, diz o jornal: “Mas em valores superiores”, destaca.
A fraude contra o BRB foi desvendada no último dia 14 por meio da Operação Aquarela, da Polícia Civil e do Ministério Público do Distrito Federal. Vinte pessoas já tiveram a prisão decretada e centenas estão sendo investigadas, entre elas o senador e ex-governador, Joaquim Roriz (PMDB-DF).
Os responsáveis pela investigação no BRB, segundo a Folha, já acionaram o Ministério Público do Estado de São Paulo para investigar o caso na Nossa Caixa e vão enviar os documentos nas próximas semanas.
Como funciona
O esquema de fraudes no Banco de Brasília pode ter desviado R$ 50 milhões, mas tinha um funcionamento relativamente simples. Primeiro, o BRB firmava um contrato sem licitação com a Asbace, com serviços reais e fictícios. O banco pagava pelo suposto trabalho dinheiro que voltava a dirigentes do BRB e da Asbace.
Enquanto investigavam o esquema no BRB, a polícia e o Ministério Público obtiveram contratos da Nossa Caixa com as empresas suspeitas. Mas, enquanto o contrato do BRB com a Asbace girava em torno de R$ 3 milhões ao mês, o da Nossa Caixa girava em torno de R$ 15 milhões mensais.
Fonte: Contraf-CUT com informações da Folha de S.Paulo
