Interdito não diminui força da categoria e Curitiba continua em greve

Em assembleia realizada nesta segunda-feira, dia 28, no Espaço Cultural, os bancários de Curitiba e região debateram os efeitos do interdito proibitório no movimento grevista deflagrado na última quinta-feira (24).

O presidente do Sindicato, Otávio Dias, destacou que o interdito não proíbe o trabalhador de fazer greve e que a orientação é para que os bancários permaneçam unidos e lutem por sua dignidade enquanto trabalhadores. “É preciso perseverar na luta”, afirmou Otávio Dias.

Para Marisa Stedile, secretária-geral da CUT, o interdito proibitório é reflexo de uma disputa ideológica, da luta de classes entre empregadores e trabalhadores. Portanto, as decisões judiciais, assim como a imprensa, se posicionam de forma favorável aqueles que detém o poder econômico. “A greve é um momento de teste. Um teste para nossa persistência, perseverança, resistência tanto física quanto psicológica”, disse Marisa Stedile.

Os bancários chegaram à conclusão de que não podem permitir que os banqueiros levem a Campanha Salarial 2009 em “banho-maria”, na tentativa de cansar a categoria. É preciso fortalecer a luta, para assegurar uma negociação o mais rápido possível e uma proposta condizente com a reivindicação dos trabalhadores.

Caminhada nesta terça

A assembleia desta segunda-feira deliberou, por unanimidade, a realização de uma caminhada pelas ruas de Curitiba como forma de protesto contra a postura arbitrária da Federação dos Bancos e para pressionar por uma nova negociação.

A caminhada terá sua concentração na Praça Santos Andrade, a partir das 15 horas. A expectativa do Sindicato é de que os bancários participem maciçamente deste ato em prol de melhores condições de trabalhos nas agências, mais contratações, remuneração mais digna e uma Participação nos Lucros e Resultados mais justa e condizente com a lucratividade do setor bancário.

HSBC abusa com interdito e transporte aéreo

O HSBC conseguiu, na 17ª Vara do Trabalho de Curitiba, um interdito proibitório coibindo a greve em seus agências e centros administrativos. O Sindicato, que tomou conhecimento desta decisão nesta segunda (28), lamenta a postura do banco e irá, assim como em relação as demais decisões judiciais, recorrer por meio de sua Assessoria Jurídica. A determinação prevê multa diária de R$ 30 mil.

A indignação dos trabalhadores que atuam no HSBC não acaba por aí. Além do interdito, do registro em cartório, das contingências e do acesso remoto – que obriga os bancários a atuarem das suas residências com intuito de frustrar o direito de greve da categoria, uma velha artimanha do banco foi ainda mais útil nesta Campanha Salarial.

Com a ampliação do heliponto localizado no HSBC Centro Administrativo Xaxim, a movimentação no espaço áreo chegou a assustar vários moradores dos bairros próximos ao ponto de partida e destino da aeronave. Nem a chuva forte desta segunda-feira (28) coibiu a prática.

“Nunca ouvi como hoje tantos barulhos de helicopteros, isso desde às cinco da manhã”, conta um bancário que preferiu não se identificar. “É o tempo todo. É uma vergonha, os bancos negam um salario justo e esbanjar em aluguel de helicópteros”, complementa.

Um profissional que atua em um maiores veículos de comunicação de Curitiba ligou ao Sindicato para ter mais informações sobre o transporte áereo de trabalhadores. Segundo ela, um grande número de correios eletrônicos estão sendo recebidos pelo veículo, com dúvidas dos moradores das regiões próximas, assustados com toda a movimentação causada pelo HSBC.

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