A inflação mais baixa, o reajuste de 14% no salário mínimo e o baixo nível de desemprego prometem favorecer os trabalhadores na hora de negociar salários em 2012. A expectativa é de que boa parte das categorias alcance ganhos reais – acima da inflação – neste ano. Mas os reajustes dificilmente vão superar o recorde de 2010, já que a desaceleração da economia global também deve pesar na queda de braço entre patrões e empregados.
O escritório do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Paraná estima que, na média, os ganhos reais devem superar os registrados no ano passado, estimados em 1,4% (os números oficiais ainda não foram fechados), mas não devem ultrapassar os de 2010, de 1,55%.
O primeiro semestre deve ser mais difícil para as negociações, principalmente pelo fato de a economia ainda estar se recuperando da desaceleração do fim do ano passado. Segundo Cid Cordeiro, analista do Dieese-PR, essa dificuldade, somada ao mercado de trabalho ainda aquecido, favorece a realização de greves – recentemente, cerca de 1,8 mil trabalhadores de transporte de valores cruzaram os braços por quase uma semana para reivindicar um aumento nominal de 13%.
Além dos vigilantes, gráficos, comerciários, motoristas de transporte urbano e funcionários municipais negociam salários na primeira metade do ano.
Para o segundo semestre, quando são realizadas as negociações de categorias de peso, como bancários, metalúrgicos e petroquímicos, a expectativa é mais otimista. “Na segunda metade do ano, a economia já estará crescendo na casa dos 4%, o que vai contribuir para as negociações fluírem mais”, conclui Cid Cordeiro.