(São Paulo) Como o movimento sindical pode trabalhar para construir uma comunicação alternativa à grande imprensa? Essa pergunta permeou toda a palestra do jornalista Raimundo Pereira, no 1º Encontro de Comunicação da Contraf-CUT.
Editor da revista Reportagem, integrante da primeira equipe da revista Veja e da redação de Realidade, ex-diretor dos jornais Opinião e Movimento, da revista Senhor e da enciclopédia e jornal Retratos do Brasil, também foi repórter da revista Istoé, do Jornal da Tarde e da Ciência Ilustrada. Toda essa experiência acirrou o seu censo crítico contra a grande mídia.
“As equipes de Veja pioram a cada troca. Lá tem uma nata de jornalistas que ganha muito e vive grudada no ‘saco’ do grande capital, como umas sanguessugas. O resto é mal-remunerado. A sociedade brasileira é muito mal informada. Por exemplo, na ‘Semana do Terror’, quando os ataques do PCC pararam São Paulo. A cidade parou só com boatos, porque a desinformação era geral”, detalhou.
Para Raimundo Pereira, o escândalo que assolou o país no ano passado teve a dimensão que tomou porque a mídia assim o quis. “A revista Veja, por exemplo, disse que foi o maior escândalo de corrupção do país. O PT fez caixa 2 no segundo turno da eleição presidencial passada. E o caixa 2 das duas eleições de FHC? E o caixa 2 de José Serra, que foi milionário? Isso não interessa virar escândalo. Só interessa atacar o Lula, porque a elite perdeu espaço no atual governo”.
O jornalista disse que se os movimento sociais acham que é preciso mudar o estado das coisas têm de unir esforços para criar alternativas à chamada grande imprensa. “Existe uma série de novas tecnologias que podem nos auxiliar na área de comunicação. Só precisamos saber o que queremos para chegar a algum lugar. Aí poderemos criar uma frente popular que descreva para o brasileiro as informações com a maior precisão possível”.
Fonte: Contraf-CUT