Sindicatos de todo o Brasil realizaram, nesta sexta-feira, dia 18, manifestações e paralisações parciais em agências do HSBC. As principais reivindicações dos trabalhadores foram o fim das demissões e a melhoria das condições de trabalho.
Em São Paulo, os funcionários do Centro Administrativo São Paulo (Casp) do banco paralisaram as atividades na parte da manhã. A polícia foi chamada e em certos momentos agiu com truculência, tentando retirar as faixas da entrada do Casp, mas os trabalhadores resistiram. A direção do banco negou que tenha acionado a polícia.
Em Brasília, os bancários paralisaram por uma hora, das 11h ao meio-dia, a agência da 511 Norte. Em Belo Horizonte, as agências Centro, Praça Sete e Palácio das Artes tiveram sua abertura retardada em uma hora.
Aconteceram ainda manifestações com retardamento de agência em Curitiba, Rio de Janeiro, Criciúma, Blumenau, Santa Maria, Petrópolis, Campina Grande, Vitória, Caxias do Sul e João Pessoa. Outras mobilizações ocorreram em Cuiabá, Várzea Grande, Paranavaí, São Leopoldo, Toledo, Roraima, Umuarama, Teresina, Niterói, Catanduva e Pindamonhangaba (base do Sindicato de Taubaté).
Pelo fim das demissões
A principal demanda dos trabalhadores é o fim das demissões, que vêm ocorrendo em todo o país, vitimando até mesmo trabalhadores lesionados. “O banco insiste em reduzir o quadro mesmo com os bancários sobrecarregados, extrapolando constantemente suas jornadas e com as filas crescendo nas agências”, afirma Sérgio Siqueira, diretor da Contraf-CUT e funcionário do banco.
Outro reivindicação é a solução dos problemas do RMO, novo modelo operacional implantado pelo banco para acelerar o trabalho, que têm atormentado trabalhadores em todo o país. Em dias de muito movimento, o sistema “trava” e o trabalho precisa ser refeito no dia seguinte, não sendo incomum os trabalhadores fiquem no banco até 23h nessas ocasiões. “Todos esses temas já foram levados à mesa de negociação pela Contraf-CUT, mas a direção do HSBC não apresentou solução. O resultado é essa onda de manifestações”, avalia Miguel Pereira, diretor da Contraf-CUT e funcionários do HSBC.
Causas injustas
Em Pernambuco, o Sindicato realizou ato público e retardou por duas horas a abertura da agência Agamenon Magalhães. A manifestação, além de marcar o Dia Nacional de Luta, foi um protesto contra a demissão arbitrária de Valdomiro Ximenes da Secon-Recife, ocorrida no último dia 16. O bancário foi demitido recentemente pelo banco por justa causa, sob o argumento de inadimplência, apesar de já haver renegociado e vir pagando mensalmente suas dívidas com o banco. No entanto, o tema já tinha sido objeto de negociação da Comissão de Empregados com o banco, com acordo de que as sanções em caso de dívidas seriam apenas advertência ou suspensão, com demissão apenas no caso de cinco ocorrências.
É a segunda vez que o banco tenta demitir Valdomiro, que só permaneceu no banco em 2003 após comprovar com laudos médicos ser portador de doença ocupacional (tendinite). Ao voltar, sofreu intensa perseguição e assédio moral por parte do banco, até a nova demissão.