A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT) repudia veementemente a declaração do presidente da Caixa
Econômica Federal, Pedro Guimarães, debochando do trabalho remoto feito pelos
trabalhadores, durante a reunião ministerial em que o ex-ministro Sergio Moro
apontou interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia
Federal. “Olha vocês tão em casa? Eu tenho 30 mil funcionários na rua. Não tem
esse negócio, essa frescurada de home office. Eu já visitei 15 agências, e você
em casa?”, disse o presidente da Caixa.
Pedro falava de uma negociação de publicidade com uma emissora de TV, quando
reclamou das “porradas” que levava da imprensa. Neste momento questionou o home
office. Ele citou os pagamentos, mas sem detalhar, como argumento contra o
afastamento do trabalho. “Quer dizer, eu posso ter 30 mil brasileiros nas
agências. Sabe quantas pessoas a Caixa está pagando hoje? Sete milhões de
pessoas e todo mundo em home office. Que porcaria é essa?”, reclamou.
“É simplesmente um absurdo! Essa pessoa não tem a mínima ideia o que de fato é
ser um empregado da Caixa, está expondo os trabalhadores para se promover. Os
empregados merecem respeito pela tarefa que cumprem através da Caixa seja
estando nas agências durante todos os períodos, seja nas outras áreas, que
também são importantes para o funcionamento do banco. Essa fala mostra o que
ele realmente pensa e vem, na verdade, corroborar com as com medidas de
abrandamento das ações de prevenção à saúde e segurança dos empregados, no
momento em que a Covid-19 mais contamina e mata pessoas”, disse o coordenador
da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Dionísio Reis. “Ele põe em
risco não apenas os empregados, mas toda a população que busca o banco para ter
acesso aos seus direitos”, completou.