A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu com o banco, nesta quarta-feira (16), para discutir o novo protocolo da Covid-19, que está em teste nos estados de Pernambuco e da Bahia e na cidade de São Paulo. A reunião faz parte do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do Itaú e visou esclarecer alguns pontos do protocolo que estavam sendo questionados pelos bancários.
Os representantes dos trabalhadores questionaram a postura de alguns gestores que se negam a fechar agências em casos de suspeita de contaminação; a distância estabelecida entre os trabalhadores prevista no protocolo, de 1,5 m de distância entre os funcionários em exposição superior a 15min; o afastamento dos contatantes e a proximidade dos caixas com os Gerentes operacionais (Gos) e supervisores, casos que em muitas situações não estão sendo afastados.
O banco esclareceu que, em caso de suspeita de Covid-19, a agência deverá ser fechada, sanitizada, e haverá apuração junto aos trabalhadores que tiveram contato com o infectado, podendo ser afastados por até 14 dias abonados. A agência abrirá com os não contatantes.
No caso dos caixas, todos serão afastados pela proximidade de atividade, assim como quem teve contato próximo (1,5 m de distância por mais de 15min), independente da função, incluindo gerente operacional e supervisor. O banco também afastará quem teve contato externo à agência, horário de almoço, carona etc. A testagem será feita conforme orientação da teleconsulta.
O banco alerta ainda que está monitorando os trabalhadores com relação ao uso dos equipamentos individuais de proteção, que irá advertir e, na reincidência, punir.
O Itaú disse que está fazendo lives e campanhas educativas sobre o uso de máscaras e canal de comunicação interno.
O GT reafirmou a necessidade de campanhas de conscientização do uso obrigatório dos EPIs e também da informação e cobrança dos gestores sobre a aplicação correta do protocolo.
Luciana Duarte, coordenadora do GT, revelou que foi proposto ao banco melhorias no protocolo no sentido da uniformização das informações, para impedir que a contaminação cresça dentro das agências. “Os representantes dos bancários orientam os trabalhadores a denunciar aos sindicatos qualquer prática que coloque em risco sua vida e sua saúde. O número de casos tem crescido de forma assustadora no país e no mundo e não se pode relaxar neste momento.”
Jair Alves, coordenador da COE Itaú, lembrou que, desde o início da pandemia, o movimento sindical vem discutindo com os bancos medidas para evitar a contaminação dos trabalhadores. “Muito já foi feito e vamos acompanhar de perto o resultado deste protocolo, com o compromisso do banco de revisão das medidas, caso os resultados não sejam satisfatórios.”
Carlos Damarindo, membro do GT de saúde, complementou o colega. “Cobramos do Itaú o retorno do rodízio, até para preservar os trabalhadores da exposição ao risco, seja no local de trabalho, seja no trajeto.”
Outro ponto de discussão da reunião foi a proposta de parcelamento da dívida de afastamento por doença. A proposta apresentada pelo banco será discutida na próxima reunião.