Greve se fortalece e paralisa 987 agências no Rio Grande do Sul

Manifestação em Porto Alegre contra a proposta de independência do BC

A greve nacional dos bancários cresce de norte a sul do país. Os números de agências fechadas comprovam a força da unidade e da mobilização da categoria. As paralisações atingiram nesta quinta-feira (2), terceiro dia de greve, 9.379 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados nos 26 estados e Distrito Federal, um crescimento de 22,2% em relação ao segundo dia.

No Rio Grande do Sul, a paralisação cresceu novamente, atingindo 987 agências em todo o Estado. Na base territorial do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, que representa 15 municípios da Região Metropolitana, o movimento parou 387 unidades de bancos públicos e privados.

Com o fortalecimento da greve, os bancários promovem uma passeata nesta sexta-feira (3), em Porto Alegre. A concentração está marcada para as 11h, na Praça da Alfândega, entre o Banrisul e a Caixa. A caminhada tem o objetivo de chamar a atenção para a força da mobilização. Em seguida, os bancários participam de almoço coletivo na praça.

Ato contra independência do BC

Um ato público foi realizado nesta quinta-feira, na rua Alberto Bins, em frente à representação do Banco Central na capital gaúcha, seguindo o calendário de mobilização do Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT.

Os bancários, com o apoio da CUT e de outras entidades sindicais como o CPERS, protestaram contra a proposta de independência do BC e em defesa dos bancos públicos.

O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, destacou primeiro o fato de os bancários afastarem-se do trabalho com frequência por conta do estresse provocado pela necessidade de cumprimento de metas. “O setor bancário lucra muito produzindo pouco”, criticou. Ele disse que o Banco Central exerce importante papel na dinâmica econômica do país, sendo agente fiscalizador do sistema bancário.

“A autonomia do Banco Central significa que os banqueiros vão fazer o que bem entenderem com a política econômica, independente do presidente do país. Isso é o mesmo que propor que uma raposa cuide das galinhas”, comparou Nespolo.

O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, afirmou que os banqueiros lucram com a exploração dos trabalhadores e com as altas taxas de juros cobradas da população.

Aconteceram manifestações em outras capitais de estados e em Brasília. Para a CUT, é lamentável que, após 12 anos tendo os bancos públicos e o Banco Central como instrumentos da política econômica articulada com a política de desenvolvimento e de inclusão social, aparecerem alguns candidatos que assumem as bandeiras neoliberais gestadas pelos bancos privados e pela Fenaban.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram