Greve nacional dos bancários se mantém forte em Minas Gerais
A greve nacional dos bancários por tempo indeterminado se mantém forte em Belo Horizonte e Região. Na sexta-feira (21), quarto dia dp movimento, nada menos que 78% das agências e departamentos da Caixa Econômica Federal tiveram suas atividades paralisadas, o mesmo acontecendo com 73% das agências e centros administrativos do Banco do Brasil. Já nos bancos privados, 114 agências mantiveram suas portas fechadas durante todo o dia.
Após concentração em frente a agência do BB, na rua Rio de Janeiro, 725, no Centro da capital mineira, os bancários decidiram pela continuidade da greve.
Nesta segunda-feira, 24, os trabalhadores farão assembleia às 16 horas, na sede do Sindicato, na Rua tamoios, no Centro da Capital, quando avaliarão a greve e decidirão os rumos do movimento.
Em nível nacional, dados da Contraf-CUT dão conta de que as paralisações atingiram 9.092 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados nos 26 estados e Distrito Federal na última sexta-feira. As informações foram enviadas à Contraf-CUT pelos 123 sindicatos e 10 federações que integram o Comando Nacional dos Bancários.
No primeiro dia de greve, 5.132 agências foram fechadas. Já no segundo dia, as paralisações alcançaram 7.324 unidades de trabalho e no terceiro dia 8.527. O crescimento da greve superou também o quarto dia do movimento no ano passado, quando 7.865 unidades foram fechadas.
A greve foi deflagrada em assembleia realizada no dia 12, em resposta à intransigência dos banqueiros e das direções dos bancos federais que se recusam a atender as reivindicações da categoria. A proposta apresentada pelos bancos no dia 28 de agosto, de 6% de reajuste sobre todas as verbas salariais, foi recusada pelos trabalhadores, pois significa aumento real de apenas 0,58%.
“Desde o primeiro dia de greve, os bancários vêm demonstrando uma grande disposição de luta contra a intransigência dos banqueiros que se recusam a negociar as nossas reivindicações. Esse silêncio irresponsável dos bancos está deixando os bancários cada vez mais indignados e fazendo com que o movimento se amplie com uma rapidez nunca vista por todo o país. É um absurdo que, mesmo com os lucros exorbitantes alcançados no último semestre, os banqueiros se mantenham irredutíveis”, afirmou a presidenta do Sindicato, Eliana Brasil.
“Já está na hora de a Fenaban marcar uma nova negociação e apresentar uma proposta decente que contemple o reajuste de 10,25% (5% de aumento real), valorização do piso salarial, PLR maior, mais empregos e fim da rotatividade, melhores condições de saúde e trabalho, mais segurança nas agências e igualdade de oportunidades. Se isso não acontecer, com certeza a greve se fortalecerá ainda mais”, enfatizou.