No primeiro dia da greve nacional dos bancários, cerca de 203 agências não abriram as portas em todo o Município do Rio de Janeiro, além de seis prédios administrativos: Bradesco (Pio X), Santander (call center e administrativo), Banco do Brasil (Sedan e Andaraí) e Caixa Econômica Federal. Em todo o Estado do Rio cerca de 560 unidades não funcionaram. Os banqueiros sentiram o poder da mobilização dos trabalhadores e numa atitude inédita já pediram arrego e chamaram o Comando Nacional dos Bancários para uma nova negociação amanhã (9), às 11 horas, em São Paulo. Mas os bancários alertam: volta ao trabalho somente com uma proposta geral justa que faça jus aos ganhos dos bancos e que valorize os funcionários, os verdadeiros responsáveis pelos lucros.
A presidente do Sindicato Adriana Nalesso criticou as queixas dos bancos com relação ao atual quadro de retração econômica no Brasil para justificar uma proposta tão rebaixada: 6,5% de reajuste salarial, apresentada no dia 29 de agosto e que representa uma perda de 2,8% em relação à inflação do período. “O setor financeiro nacional, com ou sem crise, é o mais lucrativo do país. Em nenhum lugar do mundo os bancos ganham tanto dinheiro. Os banqueiros não têm motivos para reclamar. Ou apresentam uma proposta justa nesta negociação de amanhã ou vamos continuar com a greve por tempo indeterminado”, avisa.
Os bancários não esquecem também que, mesmo no auge da economia brasileira, durante o governo Lula, a Fenaban mantinha a mesma choradeira de sempre e só com grande mobilização e greves fortes a categoria conquistou avanços importantes nas negociações, como o aumento real de salários, garantido desde 2003.
Adriana destacou ainda a importância da participação dos bancários na luta de toda classe trabalhadora contra a retirada de direitos que o governo quer impor aos brasileiros. Temer já anunciou que pretende aprovar, ainda este ano, o projeto de terceirização irrestrita e a reforma da Previdência que aumenta a idade mínima para 70 anos e desvincula os reajustes dos benefícios ao aumento do salário mínimo, além do projeto que torna o negociado acima do legislado, rasgando a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).