Greve Nacional: um giro pelo Sudeste

SÃO PAULO

No balanço feito pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, até as 14h30 do segundo dia de greve (6/10) mais de 35 mil bancários estão parados em 493 locais de trabalho entre agências e centros administrativos. Os caixas eletrônicos funcionam normalmente.

 

No ABC paulista, os bancários permanecem em greve por tempo indeterminado com o mesmo quadro de ontem: cerca de 150 agências fechadas e 3.700 trabalhadores parados, apesar do aumento da pressão por parte dos bancos contra a mobilização da categoria. Nenhuma agência da Caixa Federal abriu hoje.

 

Em Assis, a 1ª Vara do Trabalho concedeu liminar favorável ao Sindicato dos Bancários, garantindo o direito de greve em todas as agências da base, com exceção das cidades de Quatá e João Ramalho. De acordo com a liminar, os bancos não poderão praticar atos de coação, constrangimento, por qualquer meio, no intuito de obrigar seus empregados ao comparecimento ao local de trabalho nas ocasiões em que estiver sendo exercido o direito de greve. O descumprimento da liminar importará ao banco uma multa de R$ 50 mil por cada ato.

 

Em Santos e Região a paralisação atinge 80% da categoria. Muitos bancos obrigaram seus funcionários a entrar antes das 7 horas da manhã para atender o público. Porém, a greve na região se estendeu para cidades do litoral sul paulista como Cidade Ocian (distrito de Praia Grande), Mongaguá e Itanhaém. Ontem, na abertura das agências, às 11h, no Centro de Santos, sob ordem expressa da diretoria do Bradesco, a Polícia Militar foi acionada, para reprimir e agir com truculência para deter os grevistas, inclusive um deles foi levado algemado por estar exercendo seu livre e constitucional direito de greve na Praça Mauá. O presidente do Sindicato, Pedro de Castro Junior, foi retirado da porta da agência do Bradesco com uma "gravata" por um policial.

 

Em Bauru, nesta sexta-feira, dia 6, estão paradas 21 das 44 agências bancárias. Aderiram à greve bancários do Unibanco, Caixa Econômica Federal, Itaú, Banco do Brasil, Mercantil do Brasil, Nossa Caixa e Banco Safra. A agência da Nossa Caixa de Santa Cruz do Rio Pardo aderiu à greve hoje. Também estão paralisadas as agências do Banco do Brasil e da Caixa Federal de Avaré.

 

Além de São Paulo, ABC, Assis, Santos e Bauru, pararam no Estado os bancários de Araraquara, Barretos, Bragança, Catanduva, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Mogi das Cruzes, Presidente Prudente e Taubaté.

 

RIO DE JANEIRO

No Rio, a maior unidade do ABN Real no município do Rio, conhecida como Realzão, foi local de uma atividade criativa e chamativa na manhã de ontem. O Sindicato dos Bancários montou a Roda de Talentos da Maturidade, convocando bancários aposentados, ligados à Secretaria de Aposentados da entidade. Com a atividade, o banco se viu impedido de chamar a polícia para, com sua truculência habitual, forçar a abertura das portas do edifício.

 

Além do Rio de Janeiro, estão parados no Estado os bancários de Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Campos, Itaperuna, Macaé, Niterói, Nova Friburgo, Petrópolis, Sul Fluminense, Teresópolis e Três Rios. Em Nova Friburgo, a 1ª Vara do Trabalho concedeu tutela antecipada ao Sindicato dos Bancários garantindo o livre exercício do direito de greve em todas as agências localizadas na base de atuação da entidade. O movimento grevista, desde que pacífico, poderá ser conduzido pelo Sindicato, entendendo o juiz que o uso de aparato policial para reprimir a greve é um desmando, uma prática abusiva. A decisão invalida, ainda, o interdito proibitório concedido ao Bradesco, que tinha validade apenas para a paralisação de 24 horas do dia 26 de setembro. A multa diária para a parte que infringir as determinações da liminar é de R$ 10 mil.

 

MINAS GERAIS

Na base do Sindicato de BH e Região, 109 unidades de trabalho – entre agências e setores – estão em greve. Mais seis agências do BB aderiram ao movimento hoje e, em todos os bancos, vários departamentos que estavam com paralisação parcial já estão completamente parados. Ao meio-dia de hoje, mais de 400 bancários realizaram uma passeata pelo centro da Capital mineira. Além de BH, paralisação atinge as cidades de Betim, Caeté, Contagem, Lagoa Santa, Ouro Branco, Sabará, Santa Luzia, Sete Lagoas e Vespasiano.

 

Em Minas também pararam a partir os bancários das cidades de Governador Valadares, Juiz de Fora, Cataguases, Uberaba e Divinópolis. Em Uberaba, cinco agências bancárias foram paradas no 1º dia da greve. As quatro agências da Caixa na cidade tiveram uma paralisação de 95%. Somente o corpo gerencial foi trabalhar nas agências da Caixa. A greve atingiu de cheio também na maior agência do Itaú na cidade (Centro), com 100% de adesão. Em Juiz de Fora, a diretoria do Sindicato esteve em frente à agência do Bradesco do Calçadão da Halfeld durante toda a manhã de hoje fazendo manifestação. Há uma banda de música e várias faixas para alertar a população sobre as reivindicações da categoria. Desde ontem estão paradas as agências da Caixa (inclusive a de Rio Pomba, cidade da base) e do Banco do Brasil e mais duas agências do Bradesco (Halfeld e Getúlio) e uma do HSBC (Halfeld).

 

As agências bancárias de Cataguases não funcionam a partir desta sexta-feira, dia 6. Fato lastimável aconteceu hoje por conta das ações truculentas e ameaçadoras tomadas pelo Gerente Geral do Banco do Brasil de Cataguases. Ele ameaçou o corpo de funcionários do BB com a retirada de cargos comissionados dos que aderissem ao movimento. Não bastasse essa truculência, acionou o Batalhão da Polícia Militar para intimidar os que faziam parte do movimento grevista.

 

Espírito Santo

No segundo dia da greve nacional da categoria bancária, no Espírito Santo o movimento amplia, com o fechamento de 141 agências, mais cinco prédios administrativos. Na Caixa Econômica Federal, a greve atingiu 41 agências, além do edifício Castelo Branco, localizado no Centro de Vitória. No Banco do Brasil, a greve manteve paradas 40 unidades. Também não funcionaram a Gerência de Logística (Gerel) e o prédio da Pio XII. No Banestes, além do CPD e do edifício Pallas Center, no Centro de Vitória, os bancários fecharam 54 agências (44 na Grande Vitória e 10 no interior). Foram fechadas, ainda, 6 agências de bancos privados, todas na Grande Vitória. Só no Espírito Santo, são 12 interditos, tanto na justiça trabalhista quanto cível. O Sindicato está recorrendo judicialmente para garantir o direito de greve da categoria.

 

Fonte: Contraf, com sindicatos

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