Bancários protestaram contra proposta de independência do BC
A greve nacional dos bancários se consolidou no Rio de Janeiro e em todo o território nacional. Nesta sexta-feira (3), quarto dia de paralisação, a expectativa é de que o número de unidades fechadas se aproxime dos 10 mil em todo o país.
No Rio, outras 50 unidades ficaram totalmente paradas no terceiro dia de greve nesta quinta-feira (2) no centro da cidade, consolidando o movimento que tem o objetivo de pressionar os banqueiros a apresentarem uma proposta decente. Agora, são 250 agências e departamentos de portas fechadas. Em Campo Grande, os bancários das 35 agências do bairro permanecem de braços cruzados.
Ato contra independência do BC
Os bancários do Rio realizaram nesta quinta um ato em protesto contra a proposta de independência do Banco Central, em frente à sede da empresa, na Avenida Presidente Vargas. A manifestação foi um protesto contra a proposta defendida pela candidata do PSB à presidência da República, Marina Silva.
A atividade fez parte de uma mobilização nacional organizada pelo Comando Nacional, coordenada pela Contraf-CUT, com apoio da CUT e demais centrais sindicais.
A presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, defendeu o controle social do BC e do sistema financeiro. “As intervenções do governo nas políticas macroeconômicas, como em 2008 para baixar os juros usando o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES, mostraram a importância do controle do governo no BC e do papel social dos bancos públicos. Por isso, dar autonomia ao BC é entregar a economia do país aos mercados, aos interesses dos banqueiros e especuladores”, disse.
Nalesso lembra que um trabalhador coloca seu dinheiro em um banco e recebe 1% de juros e quando vai pegar um empréstimo bancário, paga de 8% a 10% de juros ao ano. “Qual país queremos, com direitos para o trabalhador e respeito a todos os brasileiros ou vamos permitir o retrocesso?”, questionou.
O presidente da CUT-RJ, Darby Igayara, fez duras críticas às propostas da candidata do PSB. “Temos a Marina Silva defendendo a autonomia do BC. Essa mulher não entende de coisa alguma, está jogando o país para trás. É por isso que a CUT defende a reeleição de Dilma Rousseff. É a farra dos banqueiros que infelizmente ainda impera. Temos de expulsar os tucanos dos bancos públicos, da Petrobras e das empresas públicas que conspiram e tentam culpar o governo”, disse.