Depois de dez dias de greve, a pressão dos bancários surtiu efeito e a Fenaban aceitou retomar as negociações neste sábado, dia 9, às 11h, em São Paulo. A reunião foi agendada pelos bancos no final da tarde desta sexta-feira, depois de muita pressão dos trabalhadores.
“Nossa greve já é a maior dos últimos vinte anos e continua crescendo. Os bancos apostaram que nosso movimento ia perder força, mas erraram e tiveram de marcar esta negociação. Esperamos que a Fenaban tenha entendido o recado das ruas e apresente uma proposta que atenda nossas reivindicações”, comenta a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Jaqueline Mello.
Em Pernambuco, a greve dos bancários parou 285 agências nesta sexta-feira, 50% a mais que no início do movimento, em 29 de setembro. Apesar da Justiça ter concedido liminares para todos os bancos privados impedindo a aproximação do Sindicato das agências, a greve dos bancários bateu recorde de paralisação no Itaú Unibanco, Santander, Bradesco, HSBC e Citibank. Em todo o Estado, 45 agências de instituições financeiras privadas fecharam as portas.
“Mais de 60% das agências estão paradas em Pernambuco. Só no Estado, 6 mil bancários aderiram à greve. E, enquanto as instituições financeiras não atenderem as reivindicações dos funcionários, a greve vai aumentar. Só vamos encerrar as paralisações quando os bancos apresentarem uma proposta que contemple as expectativas dos trabalhadores”, diz Jaqueline.
A greve nacional dos bancários já é a mais forte dos últimos vinte anos. Em Pernambuco, praticamente todas as agências da Caixa, BB e BNB estão fechadas. Nos bancos privados, a paralisação é surpreendente.
Para a secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues, a greve é tão forte em Pernambuco que agências que nunca pararam, fecharam as portas este ano. “Pela primeira vez, todos os bancos da cidade de Salgueiro aderiram à greve e permaneceram fechados nesta sexta-feira. Até a agência do Bradesco, no município, que nunca entrou em greve, não abriu. Isso mostra a força e a disposição de luta dos bancários”, afirma Suzi.
