Sem sinalização de uma proposta decente por parte da Fenaban, a greve nacional dos bancários completa 28 dias com forte mobilização da categoria em várias regiões do país. Nesta segunda-feira (3) 13.245 agências e 29 centros administrativos paralisaram suas atividades, o que corresponde 56% de adesão da categoria.
“Os banqueiros insistem num modelo de retrocesso. Seguem ignorando as reivindicações dos trabalhadores referente à saúde, segurança, igualdade de oportunidades e se recusam a sequer recompor as perdas salariais. Por isso, a categoria continua mobilizada por nenhum direito a menos. Se a Federação Nacional dos Bancos achava que a greve dos bancários iria sofrer considerável queda diante da forte pressão dos banqueiros, o cenário mostrou o inverso. A categoria está indignada e o movimento grevista continuará fortemente mobilizado”, disse o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.
Proposta indecente
A proposta, recusada na mesa, oferecia um acordo de dois anos com manutenção do reajuste de 7% para 2016, mais abono de R$ 3.500, reforçando que não iriam repor a inflação este ano. Para 2017 o aumento seria de 0,5% acima da inflação.
Os bancos oferecem um reajuste que representa uma perda de 2,39%. A proposta insiste no reajuste rebaixado em 2016 e não traz qualquer avanço na manutenção dos empregos, reivindicações de saúde e condições de trabalho. Para VA, VR e auxílio-creche o reajuste também seria de 7%, abaixo da inflação, quando esses itens subiram em média 14%.
Os bancários acumularam uma redução salarial de 9,62% desde agosto do ano passado e os bancos recusam a fazer minimamente a correção disso.
“Fica claro para os bancários e bancárias que os bancos estão orientados por gente fora da mesa da negociação, que seguem diretrizes de um plano de ajuste fiscal que pretende achatar salários. Por isso, a indignação vem aumentado a cada dia. Aderiu hoje à nossa greve e paralisou atividades o Centro Administrativo do Banco do Estado de Sergipe, além de estar aumentando a adesão de gerências médias que estão sendo pressionados a cumprir metas como se as agências estivessem operando com normalidade. Todos que estão cobrando o fim da greve percebem que o que está por trás da sua persistência é a ganância e a intransigência dos patrões. Vamos resistir”, acrescentou Roberto.
Centro Administrativo de Sergipe