O primeiro dia de greve no Piauí começou forte e já mostra a organização da categoria bancária. Nesta terça-feira (06), a maioria das agências de Teresina e interior do Piauí amanheceram de portas fechadas e os bancários de braços cruzados. Na avaliação do presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí, Arimatéa Passos, a paralisação teve início com grande adesão e espera-se que ao longo da semana o número de bancários que devam aderir ao movimento grevista cresça mais ainda.
De forma pacífica e ordenada, os bancários de Teresina estão otimistas e retratam o sentimento de luta por melhores condições de trabalho nas concentrações em frentes as agências da capital. Munidos com faixas e cartazes, eles reivindicam melhor atendimento, reajuste salarial, ampliação do horário, fim das filas, dentre outras.
O vice-presidente do Sindicato, Odaly Medeiros, avaliou positivamente o primeiro dia de greve no Piauí, tomando por base as agências que visitou na manhã desta terça. “A categoria atendeu nosso chamado e nenhum dos caixas está funcionando, apenas a gerência, mas a massa que atende a população na linha de frente está parada”, enfatizou, comentando que os bancários abraçaram a causa.
Odaly atribuiu o sucesso desse primeiro dia de greve a mobilização feita junto à categoria bancária e participação nas assembleias realizadas pelo sindicato. “A conjuntura favorece o movimento grevista, uma vez que os bancos são visados conta da lucratividade e os trabalhadores sabem que o momento de transição e instabilidade política termina por deixar o setor público vulnerável”, avalia o sindicalista, informando ainda que os bancos estão demitindo trabalhadores e não compensando através de novas contratações, inclusive oferecendo Programa de Desligamento Voluntário. Para se ter uma ideia, lembra o vice-presidente, “cerca de dez mil empregados saíram da Caixa em todo Brasil, sem que houvesse novas contratações para compensa e isso reflete no atendimento ao público, pois se trata de uma politica inversamente proporcional”.
Em sua avaliação, Arimatéa Passos, reforçou que quase a totalidade das agências bancárias estão fechadas. “Temos informações o Banco do Brasil inibiu a função depósito em várias agências da capital e periferia. Então, é o indicativo de que a greve começa muito forte.”, comemora, afirmando que esse é o indicativo de que a paralisação está ganhando força.
Em virtude do feriado de 7 de setembro, já que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) se reúne sempre as quartas-feiras, ele acredita que tão logo percebam a pressão que os clientes deverão fazer pelo retorno do atendimento, a categoria pode ser convocada para uma rodada de negociação em caráter de urgência. “Mesmo assim não vamos criar expectativa dessa natureza”, ponderou o presidente.
Para Fabiana Sousa Bezerra, diretora de Políticas para Mulheres, o cenário hoje em dia é de imensa violência contra mulher. “Por isso, criaram inúmeras leis para tentar coibir esse abuso e no cenário de trabalho, a mulher é discriminada porque, mesmo exercendo as mesmas funções que os homens, recebem salário menor”, disse insatisfeita.
Ela contou que é preciso participar mais das ações do sindicato no sentido de defender os direitos da mulher. “Precisamos ir à luta”, disse Fabiana Bezerra, mencionando que é preciso uma participação maior da mulher nos vários setores da sociedade, bem como ter seus direitos respeitados.