Diante do silêncio da Fenaban e de nenhuma perspectiva de retomadas das negociações, os bancários do Ceará seguem fortes na greve com o objetivo de pressionar os banqueiros por proposta digna. Nesta terça-feira, 20/9, 15º dia de greve da categoria, os bancários cearenses cruzaram os braços em 420 das 562 agências existentes no Estado, o que representa uma adesão de cerca de 75%.
Em Fortaleza, das 259 agências existentes, 197 fecharam, enquanto que no Interior, das 303 unidades, 223 aderiram à greve. O número é maior do que o registrado no 15º dia do ano passado, quando 412 estiveram fechadas.
Além da reposição da inflação e ganho real de 5%, os bancários lutam por mais contratações, mais segurança nos locais de trabalho, melhores condições de saúde, igualdade de oportunidade, entre outras reivindicações.
Muito choro, muito lucro e pouca proposta – Em plena crise econômica, os cinco maiores bancos brasileiros (Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) somados apresentaram, no primeiro semestre de 2016, o lucro líquido de R$ 29,7 bilhões. Mesmo apresentando lucros expressivos, os cinco bancos fecharam mais de 13.600 postos de trabalho em relação ao mesmo período de 2015 e, juntos, fecharam 422 agências bancárias.
Mesmo com tudo isso, a última proposta apresentada pela Fenaban traz apenas 7% de reajuste, que sequer repõe a inflação do período, mais R$ 3,3 mil de abono, proposta rejeitada em mesa de negociação pelo Comando Nacional dos Bancários.
“A questão é a insensibilidade dos banqueiros a esse movimento. A greve continua crescente, mas os banqueiros continuam apostando no confronto. Pedimos também a compreensão da sociedade porque essa greve é responsabilidade dos banqueiros, pois foram eles que nos forçaram a usar nosso instrumento mais forte de reivindicação para arrancar uma proposta decente”, destacou o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra.
O diretor do Sindicato e empregado da Caixa Econômica Federal, Marcos Saraiva, enfatizou que “o Comando Nacional dos Bancários sempre esteve, e está aberto à negociação, mas sabemos que os banqueiros, diante desse montante de lucratividade, têm totais condições de oferecerem aos trabalhadores uma proposta digna. É a Fenaban quem está complicando a vida da população, e não os bancários”.