A greve nacional dos bancários chegou nesta quinta-feira, 8 de outubro, ao seu 15º dia. O movimento foi deflagrado no dia 24 de setembro. A principal novidade são as assembleias que os sindicatos promovem em todo país para decidir se aceitam ou não as novas propostas feitas pelos bancos diante da pressão da greve.
A Fenaban apresentou proposta que prevê reajuste de 6% (inflação do período mais aumento real) e melhoria da PLR com a mudança da parcela adicional. Ao invés de ser fixada com base na variação do crescimento do lucro, esse parte da PLR passa a ser linear com a distribuição de 2% do lucro líquido entre os funcionários do banco e teto de R$ 2.100.
O Banco do Brasil também trouxe avanços para as demandas específicas dos funcionários. A Caixa Econômica Federal negocia nesta quinta-feira e as entidades sindicais cobram mais investimentos nos trabalhadores.
Movimento forte e organizado
No 14º dia, em São Paulo, os funcionários de agências das zonas norte, sul, leste, oeste, centro, Paulista e Osasco e região mantiveram forte a greve nacional. A mobilização amanheceu forte no prédio da matriz da Nossa Caixa, na Rua 15 de Novembro, onde trabalham cerca de 1 mil bancários. Com a presença do presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, houve um protesto na porta do prédio administrativo.
Outra manifestação foi realizada contra o Santander na porta da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), onde o presidente do banco no Brasil, Fábio Barbosa, participou do lançamento de R$ 14,1 bilhões em ações. Os bancários alertavam para a possibilidade de parte desse dinheiro ser mandado para a Espanha, país sede do Santander. Na saída de Barbosa do local, um de seus seguranças agrediu e quebrou o pé do repórter cinematográfico Nelson Lourenço, que prestava serviços para o Sindicato.
Disposição de luta
Ainda no 14º dia, houve paralisação também em agências de todas as instituições financeiras, além de concentrações do Banco do Brasil e do Bradesco. No total 27 mil trabalhadores de 724 locais cruzaram os braços.
O balanço nacional, divulgado pela Contraf-CUT, registra 7.222 agências nos 26 estados do país e no Distrito federal.