A greve dos bancários em Pernambuco começou forte nesta terça, 6 de outubro. Logo no primeiro dia de paralisação, 70% das agências de bancos públicos e 30% de bancos privados foram fechadas pelos trabalhadores. O destaque ficou por conta do interior do estado. Mesmo nas cidades mais distantes do Recife, os bancários mostraram que são bons de mobilização e aderiram à greve, inclusive na rede privada.
Para dar visibilidade à greve, o Sindicato realizou atos na frente do Banco do Brasil da Avenida Rio Branco e das agências de Boa Viagem, Piedade e Candeias. As atividades em todos os bancos desses três bairros foram paralisadas. A expectativa do Sindicato é de que a greve em Pernambuco cresça nos próximos dias e atinja 100% de adesão até o final desta semana.
Para a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, o primeiro dia de paralisação foi “bastante positivo”, com a adesão da maior parte dos 12 mil bancários do estado. “Já temos uma greve ampla. A paralisação está no mesmo patamar do ano passado. Nosso objetivo é, a cada dia, convencer mais bancários da importância de aderir ao movimento”, afirmou.
Suzineide destacou que o objetivo do Sindicato é construir uma forte greve para que ela seja a mais breve possível. “Temos de pressionar os bancos para garantir que nossas reivindicações sejam atendidas rapidamente. Uma greve curta interessa tanto aos bancários quanto à população. Por isso é tão importante uma adesão forte da categoria e o apoio dos clientes. Só assim será possível iniciar um diálogo com os bancos em direção a um acordo”, disse Suzi.
Negociações paradas – A última rodada de negociações com os bancos foi realizada no dia 25 de setembro, quando a Fenaban apresentou a pior proposta de acordo dos últimos dez anos. Ofereceram reajuste de 5,5% (quase a metade da inflação de 9,88% de agosto), que representa perda real de cerca de 4%; e abono de R$ 2,5 mil, pagos apenas uma vez e não incorporados ao salário.
Além reajuste salarial de 16%, os bancários reivindicam valorização do piso no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3299,66 em junho), PLR de três salários mais R$ 7.246,82, combate às metas abusivas e ao assédio moral, melhores condições de trabalho, fim da terceirização e proteção ao emprego, vales-alimentação e refeição maiores.