Greve dos bancários aumentou em 203% no Paraná

Sem nenhuma proposta para a categoria após reunião agendada ontem com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), a greve nacional dos bancários completa nove dias consecutivos nesta quarta-feira (14). No Paraná, são 760 agências bancárias fechadas, mais de 15 mil bancários paralisados incluindo oito centros administrativos. A adesão à greve cresceu 203% no Paraná desde o início da greve, na terça-feira (06), quando eram 374 agências fechadas no estado. Os dados são da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR). A federação representa 85% do total de bancários no estado.

Após aguardar quase uma hora de atraso dos representantes dos banqueiros e três horas na mesa de negociação para ouvir que eles não tinham nenhuma nova proposta, o Comando Nacional de Greve orientou para que os bancários aumentem ainda mais a mobilização. No Paraná, a adesão já ultrapassa 70% do total de agências da base sindical da Fetec-CUT-PR. A próxima roda de negociação com a Fenaban está marcara para acontecer nesta quinta-feira (15).

Abono sem aumento real é um engodo

A presidente do Sindicato de Apucarana, Salomé Fujii, explica que a proposta dos banqueiros em fatiar o abono salarial em 12 meses, colocando o valor como se fosse uma incorporação ao índice de reajuste, chega a ser ultrajante. O abono não é incorporado no cálculo de PLR, de férias, de décimo terceiro, de FGTS, nem nos planos de carreira e o salário vai continuar tendo perda do poder aquisitivo. “Esse tipo de proposta é tão absurda que deve mesmo ser rejeitada já na mesa de negociação. Os banqueiros subestimam a inteligência dos trabalhadores a achar que um abono compensa perdas salariais sucessivas, ano após ano. Não é possível que eles achem que nós bancários não sabemos fazer contas”, alertou Salomé. Ela acredita que a adesão da greve em Apucarana que já é de 75% deve aumentar ainda mais amanhã. O Sindicato representa 22 cidades da região.

A população apoia os bancários

A greve nos bancos, além de atingir as capitais e cidades polos, vai tomando conta da rotina da população em diversas cidades do interior. A greve, apesar de afetar bastante a população, tem recebido o apoio das pessoas. Na região metropolitana de Londrina, a diretora do sindicato Dulcelina Silveira, responsável pela coordenação das paralisações em Ibiporã, contou que os clientes e usuários dos bancos tem manifestado indignação com os banqueiros, que lucram bilhões, cobram taxas e juros absurdos e se negam a atender às reivindicações dos seus funcionários. “Todos os anos a intransigência dos banqueiros nos empurram para a greve, isso é um desrespeito para com os bancários e a população”, afirmou Dulcelina.

Em Toledo, a dirigente sindical Claudete Beloto disse que até se surpreende com a aceitação da população ao movimento grevista. “As pessoas dizem para nós que sem luta, não tem acordo e que temos que defender nossas causas e pedir mais segurança. Nós, bancários, estamos muito preocupados com a segurança da população que está tendo que recorrer às casas lotéricas, onde está circulando um volume muito grande de dinheiro, o que só demonstra o descaso dos banqueiros com os clientes”, comentou Claudete.

Para ela, se os banqueiros continuarem com essa postura em não conceder o que é justo e de direito aos funcionários, em pouco tempo, haverá o fechamento de 100% das agências de Toledo e Região. “Se não houver uma proposta decente, que seja rejeitada já na mesa de negociação porque estamos preparados para resistir o quanto for necessário”, afirmou Claudete.

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