Paralisação chegou a call centers e centros administrativos
Enquanto os bancos silenciam, a greve nacional dos bancários cresce. Foram 35 mil trabalhadores parados em 571 unidades – 557 agências, 12 centros administrativos e duas contingências em São Paulo e na região de Osasco – no segundo dia da mobilização. No primeiro, haviam sido 16 mil.
Pararam nesta quarta-feira, dia 1º de outubro, as centrais de atendimento dos principais bancos, como Vila Santander (foto), telebancos do HSBC e do Bradesco (foto à esquerda), os centros administrativos ITM e Tatuapé do Itaú, SAC (Serviço de Apoio ao Cliente – foto à direita) e o CABB (Central de Atendimento) do Banco do Brasil.
Os funcionários do edifício Sé da Caixa, da CSA (Central de Suporte Administrativo) e do complexo São João do BB, e de contingenciamentos do Itaú nas ruas Jundiaí e Fábia também pararam.
Houve ainda grande adesão de bancários de agências das avenidas Voluntários da Pátria, Itaberaba e do bairro da Casa Verde, na zona norte, do corredor da Celso Garcia na zona leste, dos centros da capital e de Osasco, do bairro do Jaguaré, além da Avenida Paulista e Rua da Consolação.
Em todo o Brasil foram fechadas 7.673 unidades de bancos públicos e privados, conforme balanço feito pela Contraf-CUT com base em informações enviadas pelos sindicatos de todo o país.
“Os trabalhadores estão de parabéns pela participação. Estão fazendo a sua parte, fazendo a greve crescer para pressionar os bancos a apresentar logo uma proposta que contemple nossas justas reivindicações”, afirmou a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, que por volta das 8h estava ao lado dos trabalhadores do Telebanco Santa Cecília do Bradesco, no centro da capital.
Lucros X reajuste
A proposta dos bancos, de menos de 1% de aumento real, jogou ainda mais lenha na fogueira da revolta dos trabalhadores. Na última rodada de negociação, realizada no sábado 27, a Fenaban apresentou ao Comando Nacional dos Bancários índice de reajuste 7,35% para salários e verbas (0,94% de aumento real) e 8% para o piso (1,55% de aumento real).
“Esse resultado tem que ser mais bem compartilhado, porque ele foi conseguido com o nosso esforço”, destacou um bancário do Itaú ITM, um dos principais centros administrativos paralisado nessa quarta-feira.
Outro reforça: “Nosso trabalho não é reconhecido. O que seria do banco sem a gente? O que os diretores vendem? Nada. Eles só sabem cobrar, e ficam com milhões do lucro que a gente consegue. Por isso a greve é justa e acho muito bem feito.”
Ato na Paulista
Os bancários, ao lado da CUT e de movimentos de moradia, agricultura familiar, sem-terra, realizam um ato, nesta quinta 2, contra a independência do Banco Central. Os trabalhadores devem se dirigir à sede do BC na Avenida Paulista, 1.804, a partir das 15h.
No mesmo dia, também haverá manifestação nos prédios do BC em pelo menos mais nove capitais: Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém.