Banco volta a negociar no 33º dia de greve após mobilização em Belém
A greve no Banco da Amazônia completou 33 dias nesta segunda-feira (21) e para marcar a data o Sindicato dos Bancários do Pará, a Contraf-CUT, a Fetec-CUT Centro Norte e a AEBA mobilizaram os bancários e bancárias da instituição para um grande ato público, onde todos e todas utilizaram vestimentas pretas para simbolizar a insatisfação da categoria, a única em greve no Pará.
Palhaços, carro de som, adesivos, mingau de milho deram a energia necessária para um ato bem humorado, e que ao final soltou ao céu balões pretos como sinal de protesto.
“Os empregados e empregadas do Banco da Amazônia estão de parabéns pela greve que vem sendo construída, e essa manifestação é para deixar claro ao banco que queremos a retomada da mesa de negociação específica e apresentação de uma proposta que dialogue com os anseios da categoria e que seja capaz de encerrar nossa greve na instituição. Não aceitamos as práticas antissindicais que vêm sendo adotadas pelo banco contra o nosso movimento, utilizando de interditos proibitórios e ameaças de dissídio coletivos para enfraquecer nossa greve que é legal e legítima. Queremos respeito à democracia e à nossa categoria”, afirmou a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.
Efeito imediato
A mobilização surtiu efeito imediato, tanto que logo após o encerramento da manifestação, por volta das 11 horas, o Banco da Amazônia chamou as entidades sindicais para uma nova rodada de negociação que iniciou às 12h30 e foi suspensa às 14h, para ser retomada ainda à tarde.
O Banco da Amazônia apresentou a seguinte proposta:
– Mantém todos os itens da proposta apresentada em 11/10/2013;
– Garante o reajuste de 8,5% no piso;
– Segue a convenção coletiva firmada com a Fenaban nas demais cláusulas salariais com reajuste de 8%;
– Fará compensação dos dias parados nos moldes da Fenaban: 1 hora por dia, de segunda a sexta-feira, até o dia 15 de dezembro. O parâmetro da paralisação seria de 19/09/2013 a 22/10/2013;
– Reajuste de 15% no valor das faixas de salários na tabela de reembolso do Programa Saúde Amazônia;
– PLR com o mesmo modelo de distribuição do ano passado, sem valor de antecipação;
“As entidades sindicais apresentaram elementos nas discussões pela posição do Banco em não atender o valor de antecipação de PLR, fizeram ponderações em relação aos dias parados e apresentaram contrapostas ao banco em prol da valorização da categoria e da melhoria das condições de trabalho. O banco está avaliando nossos pedidos e esperamos que venha uma resposta positiva ainda hoje”, ressalta o vice-presidente do Sindicato e empregado do Banco da Amazônia, Marco Aurélio Vaz.
As demais cláusulas mantidas pelo Banco da Amazônia são:
1. Índice econômico de reajuste: Aplicação do índice de 8% como reajuste.
2. Isonomia: Função Comissionada dos Supervisores de Agências: Equiparação com o mesmo valor pago a título de gratificação de função aos supervisores da matriz, equivalente a aplicação de 21,33% na parcela da gratificação, contemplando 532 funcionários.
3. Ausências abonadas: O banco apresentou a concessão e/ou ampliação de dias de faltas abonadas, como nas situações de casamento, acompanhamento de familiares enfermos, adoção, óbitos na família, entre outros.
4. Capaf: O banco concorda em reabrir o prazo para novas adesões aos planos saldados, conforme reivindicado, após consulta a CAPAF e a PREVIC, caso as liminares concedidas pela justiça (duas) sejam revogadas.
5. NP 118: O banco manifesta sua intenção em rever a norma, a partir da constituição de um GT específico, para num prazo de 180 dias, através de reuniões mensais, colher subsídios das entidades/participantes para a sua revisão.
6. Crédito Imobiliário: Promover tratativas junto ao BB e a Caixa, para estabelecimento de Convênio, que garanta financiamento imobiliário aos funcionários que desejarem, nos mesmos moldes e taxas dos empregados daquelas instituições financeiras. Prazo de 60 dias para a definição.
7. PCS – Plano de Cargos e Salários: Contratação de empresa através de licitação, para prestar consultoria relativa a elaboração de proposta do PCS. Prazos: até novembro/2013 para a efetivação do processo licitatório e até 24 meses para a conclusão da elaboração da proposta. A cada etapa concluída pela Consultoria as entidades sindicais seriam chamadas para tomar ciência e oferecer suas contribuições, dúvidas a serem esclarecidas e críticas à proposta.
8. Lateralidade: O Banco está revendo algumas situações detectadas pela própria administração, mas diz que não abre mão de manter essa forma de gestão, inclusive como orientação de governo.
9. Dias da greve: Cumprimento do estabelecido pela Fenaban, ou seja, uma hora acrescida à jornada normal, até o dia 15/12/13.
10. Plano de Saúde: Criação de Grupo paritário de Trabalho – GT, para num prazo de 6 meses formar diagnóstico para todas as questões que envolvem o assunto, como subsídios ao debate para construção de alternativas e possíveis mudanças ou adaptações, mas que não signifiquem pura e simplesmente aportes de novos recursos na CASF.
11. Homoafetivos – Reconhecimento dos direitos dos casais homoafetivos.
12. Comir – Democratização do processo de escolha dos representantes dos empregados através de eleições direta para o COMIR, nos moldes do que ocorre no Conselho de Administração, com período definido de mandato e garantias institucionais, como estabilidade, para os representantes eleitos.
13. Pós Graduação para os funcionários da área de TI – Para os técnicos científicos da área de TI o prazo para participar do programa de pós-graduação passa a ser de 1 ano na função.
14. PLR Social: O banco informa que não haverá pagamento dessa parcela da PLR, pois o banco não vai atingir metas estabelecidas.