(São Paulo) A greve de 24 horas desta terça-feira, dia 26, começou pelo Centro de São Paulo e ao final do dia atingiu 279 agências e centros administrativos em toda a cidade, entre paralisações totais e parciais. Foram 57 locais parados no Centro; 74 na Zona Leste; 20 na Zona Sul; 16 na Zona Norte; 58 na Zona Oeste; 31 na região de Osasco e 23 na da Paulista. Mais de 34 mil bancários demonstraram sua insatisfação pela maneira como a Fenaban vem lidando com a campanha salarial unificada da categoria.
“Apesar da repressão policial no início da manhã, os bancários aderiram ao movimento e protestaram contra o descaso dos banqueiros”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. A PM foi acionada pelo Unibanco da Praça do Patriarca, Nossa Caixa e Bradesco da rua 15 de Novembro, Bradesco da rua Boa Vista e Safra da avenida Paulista.
Já os banqueiros afirmaram à imprensa que a greve é indevida, já que uma nova negociação está prevista para a quarta-feira, 27. “Marcar negociação não quer dizer nada, tem que apresentar proposta. Os bancários demonstraram sua disposição de luta em todo o país. Se a rodada de negociação que acontece amanhã for mais uma enrolação, a categoria pode voltar à greve e, dessa vez, por tempo indeterminado”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.
Manhã
A intransigência dos banqueiros provocou tensão em vários pontos, especialmente no Centro. A PM foi chamada para dissolver a paralisação no Unibanco da Praça do Patriarca, na Nossa Caixa da 15 de Novembro e nas agências do Bradesco da 15 de Novembro e da Boa Vista.
Informes dão conta de que policiais intimidaram os trabalhadores no BB da avenida Paulista. "Os bancos obrigam a PM a cometer um desrespeito com a população, que espera que os policiais façam o trabalho de garantir a segurança dos cidadãos, não intimidar trabalhadores", protestou a secretária-geral do Sindicato, Juvandia Moreira.
Mais uma vez, os banqueiros estão obtendo interditos proibitórios, que parte do Judiciário continua concedendo, prejudicando o direito constitucional de os trabalhadores manifestarem sua insatisfação.
Os interditos tratam de preservação do patrimônio. Ao solicitá-los, os banqueiros dão a entender que os bancários promovem a “ocupação” dos seus locais de trabalho, o que na verdade não acontece.
Fonte: Danilo Di Giorgi, Elisângela Cordeiro, Fábio Michel e Ricardo Negrão – Seeb SP