Financial Times
Justin Baer, de Nova York
Os grandes bancos dos Estados Unidos deverão apresentar resultados trimestrais maiores depois da liberação de bilhões de dólares em reservas que vinham sendo mantidas para cobrir perdas com empréstimos ruins.
A safra de balancetes do quarto trimestre de 2010, que começa hoje com o anúncio dos resultados do J.P. Morgan, deverá mostrar melhoria nos lucros em relação ao mesmo período de 2009, quando muitas instituições financeiras ainda lutavam com as crescentes perdas com crédito.
Além da liberação de provisões para perdas com créditos podres, os saldos dos empréstimos aumentaram nos últimos três meses de 2010, após oito trimestres consecutivos de quedas, segundo analistas do Barclays Capital.
Mesmo com o pior da crise financeira ficando para trás, as atenções dos investidores mudaram. Eles querem cada vez mais saber se os bancos caminham para alcançar as novas exigências de capital, quando eles começarem a devolver o caixa excedente para os acionistas na forma de aumento nos dividendos e recompras de ações, e como os bancos vão aumentar suas receitas na era pós-crise.
“A orientação progressiva sobre como os bancos pretendem enfrentar os atuais desafios, incluindo o cenário de juros baixos, o lento crescimento dos empréstimos e os efeitos negativos da reforma reguladora, será o ponto focal”, escreveu Moshe Orenbuch, analista do Crédit Suisse, em um relatório. “Separadamente, acreditamos que as equipes administrativas vão se voltar para potenciais planos de gerenciamento de capital.”
Esta semana, o Federal Reserve (Fed) iniciou uma nova bateria de testes de estresse em 19 grandes instituições financeiras americanas, incluindo o J.P. Morgan, Bank of America (BofA) e Goldman Sachs, para determinar se seus balanços estão saudáveis o suficiente para suportar os planos de retorno de capital para os acionistas.
Alguns bancos poderão começar a aumentar os dividendos já neste trimestre, segundo previsões de analistas. Eles acreditam que muitos bancos deverão informar quedas nas receitas de comissões, uma vez que as novas restrições às taxas cobradas sobre o cartão de crédito e a escassez de emissões de hipotecas anularão crescimento das receitas de banco de investimento e processamento.